Crítica Filme "O Traidor" por Rita Vaz

 


Estreia nesta quinta-feira, o filme “O Traidor” do diretor italiano Marco Bellocchio, que chega aos cinemas brasileiros seguindo uma carreira de prêmios pelo mundo.

Com Maria Fernanda Cândido no elenco e com cenas rodadas no Rio de Janeiro, o longa teve sua première em Cannes, e ganhou vários David di Donatello, o prêmio da Academia Italiana de Cinema, entre eles, filme, diretor, ator principal (Pierfrancesco Favino) e coadjuvante (Luigi Lo Cascio).

Baseado em fatos reais, o filme fala de uma guerra generalizada que eclodiu entre os chefes da máfia Siciliana, no início dos anos 1980.

Tommaso Buscetta, um integrante de alto escalão, foge para se esconder no Brasil. Na Itália, os acertos de contas acontecem enquanto Buscetta assiste de longe seus filhos e irmãos sendo assassinados em Palermo, sabendo que poderá ser o próximo.

Preso pela polícia brasileira e extraditado para a Itália, Buscetta toma uma decisão que irá mudar os rumos da máfia italiana: ele decide se encontrar com o Juiz Giovanni Falcone e trair o voto eterno que fez à Cosa Nostra.

O mafioso se torna assim o principal informante da polícia em uma gigantesca operação que resultou em centenas de prisões que ajudaram a ruir com a máfia italiana. Em meio a mortes, tráfico e ameaças, Tommaso viveu os dois extremos da lei e tornou-se conhecido por seus ex-companheiros como traidor.

O diretor Marco Bellochio tem em suas mãos uma história já conhecida do público, em suma, um delator de dentro da máfia italiana que entrega seus amigos, e para fazer um pouco diferente do habitual, ele foca nos eventos pós delação, para usar um termo bem atual.

A estrutura do filme deixa um pouco a desejar quando se trata de fazer com que conheçamos as vidas precedentes dos personagens, pois, na maioria das vezes (mesmo com os flashbacks) nós só possamos imaginar que aquelas “pessoas” fizeram determinadas ações, e justamente por isso, não existe conexões com elas.

Quanto ao elenco principal, acredito ser ele a maior força do filme. O ator Pierfrancesco Favino está ótimo no papel e entrega um mafioso crível, como deve ser. A atriz Maria Fernanda Cândido aparece muito bem em cena como a esposa de Tommaso, apesar de ter poucas falas.

Para quem gosta do gênero, “O Traidor” é um filme que vai somar, pois é bem colocada no espaço e tempo em que aconteceu, com uma excelente direção de arte e também por caracterizar muito bem as histórias que aconteceram (e acontecem) dentro da máfia italiana.

Nenhum comentário:

CineSesc de 25.04 a 1.05

                                                                   La Chimera e Dorival Caymmi são destaques no CineSesc   A semana conta co...

Olhar de Cinema Festival Internacional de Curitiba