Estreia nesta quinta-feira o filme “Emília Perez” dirigido pelo cineasta Jacques Audiard, que também dirigiu “Paris, 13° Distrito”, “Ferrugem e Osso” entre outros.
A trama é livremente adaptada do romance ‘‘Ecoute’’, de
Boris Razon.
Indicado a 13 categorias do Oscar 2025, “Emilia Pérez” está
causando muitas controvérsias, desde que foi lançado.
A premissa da história, antes de qualquer pessoa ter
assistido ao filme, prometia muito, mas, o que aconteceu depois da apresentação
dele para o público, foi totalmente inesperado.
Muitas críticas surgiram devido a diálogos do longa, que
insinuam fobias, dos mais variados tipos, chamando atenção, mas, também tirando
a vontade de muitos em assisti-lo.
Na história conhecemos a advogada Rita (Zoe Saldana) que
trabalha em uma empresa focada em encobrir crimes ao invés de servir à justiça.
Cansada dessa dinâmica e de estar desperdiçando seus
talentos, Rita se depara um dia com uma proposta indispensável que pode tirá-la
dessa vida: ajudar o chefe de um cartel, Manitas (Karla Sofía Gascón), a se
aposentar, sair de seu posto e desaparecer por definitivo.
Manitas, porém, tem aperfeiçoado esse plano em segredo há
anos e envolve não só fugir das autoridades, mas afirmar sua verdadeira
identidade: Emilia Pérez.
Rita, então, ajuda-o em todo esse processo, garantindo que
Emilia possa finalmente viver seu mais autêntico e verdadeiro eu, fora do radar.
O diretor Jacques Audiard optou por transformar essa
história em um musical. Sim, esse filme é todo uma sequência de surpresas.
O que acontece nos musicais hoje em dia, e que eu acho
ótimo, é que ele tira aquela sensação de “musical de teatro”, que não cabe
dentro de uma sala de cinema.
As músicas são pontuais, tem um outro ritmo e não abraçam o
filme todo, deixando vários momentos para diálogos.
A história é sim inusitada, diferente, e é colocada em cena
de uma forma dinâmica. Tudo, vai acontecendo, e somos lançados nessa aventura,
tentando entender tudo o que acontece em cena. E entendemos.
Para mim, o longa se tornou uma grande tragédia grega, só
que mexicana, porque tudo o que você imagina, e tudo o que nem passa pela sua
cabeça, acontece.
O elenco está ótimo em cena, sintonizado, passando coesão na
história. No meu entender, o destaque é Zoe Saldana, que entrega uma personagem
realmente afetada pelo contexto em que vive, e que faz ótimas performances nos
momentos musicais.
A atriz Karla Sofía Gascón está bem no papel, mas,
sinceramente, zero chances, frente a Fernanda Torres. Na verdade, não entendi a
indicação dela ao Oscar. Novamente para mim, sua performance foi ok.
“Emilia Pérez” é um filme que traz uma história nova,
diferente, interessante de se ver. Uma nova forma de falar de assuntos
extremamente importantes para a sociedade.