“Sonhar acordado” é uma expressão interessante que quer dizer
que algumas pessoas usam a sua imaginação freqüentemente, onde quer que
estejam.
Alguns estudos mostram que esse ato é benéfico para o
cérebro, mas é lógico que esse sonhar deve ser feito com certa parcimônia para
não atrapalhar a vida do sonhador.
É exatamente esse problema que Walter Mitty tem. Ele sonha
acordado e sem perceber se desliga do mundo ao seu redor, perdendo referências
e se tornando alvo de chacotas.
Em seu mundo particular ele é o agente de inúmeras ações
dignas de um herói, mas em sua vida real ele é uma pessoa pacata, tem uma
rotina monótona, e não consegue nem falar com a colega de trabalho que lhe chama
a atenção.
Walter trabalha há muitos anos no tratamento de imagens de
em uma importante revista, e é impecável no seu trabalho.
Com as novas mídias, a revista em que ele trabalha vai
publicar a sua última edição impressa e para isso um famoso fotógrafo manda
seus negativos para Walter e lhe informa que uma determinada foto tem que ser a
capa da revista.
Acontece que esse negativo não chega até Walter e ele tem um
prazo a cumprir.
Diante de intensa cobrança, ele decide que vai recuperar o
negativo nem que tenha que se jogar em uma verdadeira aventura pelo mundo afora
de uma maneira que nem em seus mais loucos sonhos, ele podia ter imaginado.
Ben Stiller surpreende como diretor e ainda mais como o
protagonista que consegue segurar sua veia cômica e passar sentimentos
delicados de seu personagem pacato.
Ainda temos o prazer de ver na tela Shirley MacLaine e Sean
Penn.
“A Vida Secreta de Walter Mitty” nos mostra a jornada de um
homem não em busca de um negativo, mas em busca do autoconhecimento. Recomendo!