Dirigido por Eryk
Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha, “A Queda do Céu” estreia nos cinemas
brasileiros nesta quinta-feira
Após destaque na COP30, documentário inspirado no livro de Davi Kopenawa chega a 15 cidades em lançamento nacional
Nesta quinta-feira, 20 de novembro, o
documentário “A Queda do Céu”, dirigido por Eryk Rocha e Gabriela
Carneiro da Cunha e adaptado do livro homônimo de Davi Kopenawa e Bruce Albert,
estreia oficialmente nos cinemas brasileiros após uma exibição especial durante
a COP30, onde reforçou a urgência global da pauta Yanomami. Com classificação
indicativa 12 anos, o filme chega a São Paulo, Rio de Janeiro, Belém, Belo
Horizonte, Boa Vista, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Poços de Caldas,
Recife, Salvador, Sorocaba e Vitória, ampliando o alcance nacional de uma das
obras documentais mais importantes do ano.
Vencedor de 25 prêmios nacionais e
internacionais, “A Queda do Céu” teve a sua première mundial no Festival de
Cannes, dentro da prestigiada Quinzena dos Realizadores. O líder Yanomami Davi
Kopenawa é personagem central do documentário, sendo acompanhado juntamente com
a comunidade de Watorikɨ ao longo do
importante ritual Reahu. O longa é baseado no livro homônimo escrito pelo xamã
e pelo antropólogo francês Bruce Albert.
Os diretores comentam a chegada do filme nos
cinemas brasileiros. “É emocionante ver o filme chegar aos cinemas no Brasil
depois da belíssima trajetória realizada no mundo. A imagem da Queda do Céu
trazida pelos Yanomami e por Davi Kopenawa é uma síntese precisa das questões
mais urgentes do nosso tempo e do nosso país. O Brasil não se sustenta sem a
escuta profunda dos povos indígenas, e o filme é um convite para essa escuta”, disse
Eryk Rocha.
Para Gabriela Carneiro da Cunha, “é uma
alegria chegar ao Brasil com ‘A Queda do Céu’ e poder trazer para os próprios
brasileiros as palavras desse imenso pensador Yanomami. Muitos aqui ainda não
conhecem a força do pensamento de Davi Kopenawa. O filme é um convite para ver,
ouvir e sonhar com os Yanomami um outro projeto de Brasil”.
A imprensa também vem respondendo com entusiasmo
ao filme, a exemplo da recente recomendação de Devika Girish no The New York
Times. Em seu artigo, a jornalista destaca que “há mais de um século, os
Yanomami vêm sendo assolados por invasores: primeiro missionários, depois
madeireiros e agora garimpeiros, que destroem seu habitat e trazem doenças e
destruição ao povo. Os cineastas não estão isentos dessa história. Em um momento
marcante do filme, um ancião olha para a câmera e reconhece que permite ser
filmado pelos diretores, apesar do sofrimento causado por ‘homens brancos’ como
eles. ‘Parem de nos incomodar! Espero que contem isso aos brancos’, ele diz.
Seu apelo não é apenas pela sobrevivência da aldeia, mas de todo o planeta”.
A excelente recepção crítica de "A Queda do
Céu" se estende para outros veículos internacionais, atualmente ostentando
a aprovação de 100% no agregador de críticas Rotten Tomatoes. Segundo Jason
Gorber, do POV Magazine, o filme “conta com o ritmo calmo e deliberado de
seu tema e narrador e faz jus às ideias de Davi Kopenawa, colocadas em primeiro
plano, com a oferta de imagens deslumbrantes sustentando esses comentários e
reflexões como parte de um todo”. Já Ankit Jhunjhunwala, do The Playlist,
destaca que “o documentário é envolvente desde o primeiro quadro,
enquanto os cineastas nos lançam de cabeça nos modos de vida dos Yanomami”. Para
Carlos Aguilar, da Variety, é "uma das obras de não-ficção mais
necessárias e contundentes da memória recente".
Documentário brasileiro mais premiado do último
ano, “A Queda do Céu” participou de 80 festivais no Brasil e no mundo e, entre
os prêmios recebidos, venceu o Grande Prêmio do Júri da Competição Kaleidoscope
do festival DOC NYC, o maior festival de documentários dos Estados Unidos da
América; o Prêmio Especial do Júri da Competição Internacional no DMZ Docs 2024
(Coreia do Sul), o maior da Ásia; Prêmio de Melhor Som e Melhor Direção de
Documentário no Festival do Rio (Brasil); os Prêmio ABC 2025 (Brasil) nas
categorias Melhor Direção de Fotografia, Melhor Montagem e Melhor Som; Melhor
Longa Metragem Documentário Internacional no 27º Festival Internacional de
Cinema de Guanajuato GIFF 2024 (México); Prêmio Fundação INATEL no
Festival DocLisboa 2024 (Portugal); e o Prêmio Principal Fethi Kayaalp no
Festival Internacional de Documentários Ecológicos de Bozcaada 2025 (Turquia).
Com lançamento comercial confirmado para o dia 20 de novembro, “A Queda do Céu” é uma coprodução Brasil-Itália da Aruac Filmes, Hutukara Associação Yanomami e Stemal Entertainment com Rai Cinema, e produção associada francesa de Les Films d'ici. Na Itália, o seu lançamento comercial é programado para o mês de novembro deste ano.
LOGLINE
Com a ameaça iminente da queda do céu e cercados por garimpeiros e epidemias xawara, o xamã Davi Kopenawa e a comunidade Yanomami de Watorikɨ realiza o ritual sagrado Reahu e confrontam o “povo da mercadoria” com uma contundente crítica xamânica.
SINOPSE
A partir do poderoso testemunho do xamã e líder
Yanomami Davi Kopenawa, o filme “A Queda do Céu” acompanha o importante ritual,
Reahu, que mobiliza a comunidade de Watorikɨ num esforço
coletivo para segurar o céu. O filme faz uma contundente crítica xamânica sobre
aqueles chamados por Davi de povo da mercadoria, assim como sobre o garimpo
ilegal e a mistura mortal de epidemias trazidas por forasteiros que os Yanomami
chamam de epidemias “xawara”, e traz em primeiro plano a beleza da cosmologia
Yanomami, dos espíritos xapiri e sua força geopolítica que nos convida a sonhar
longe.
FICHA TÉCNICA
Direção e Roteiro: Eryk Rocha e Gabriela
Carneiro da Cunha
Com Davi Kopenawa, Justino Yanomami,
Givaldo Yanomami, Raimundo Yanomami, Dinarte Yanomami, Guiomar Kopenawa,
Roseane Yariana e comunidade de Watorikɨ
Produtores: Eryk Rocha, Gabriela Carneiro da Cunha e Donatella Palermo
Produtor Associado: Richard Copans
Direção de Fotografia e Câmera: Eryk Rocha e Bernard Machado
Câmera Adicional: Morzaniel Ɨramari e Roseane
Yariana
Montagem: Renato Vallone
Som Direto: Marcos Lopes
Desenho de Som: Guile Martins
Mixagem de Som: Toco Cerqueira
Color Grading: Brunno Schiavon, Giovanni Bivi
Consultoria: Bruce Albert, Ana Maria Machado, Dário Vitório Kopenawa, Morzaniel
Ɨramari e Marília Senlle
Assistente de Direção: Mariana de Melo
Produção Executiva: Heloisa Jinzenji e Tárik Puggina
Direção de Produção: Margarida Serrano
Tradução Yanomami: Ana Maria Machado, Richard Duque, Corrado Dalmonego, Marcelo
Moura e Morzaniel Ɨramari
Produção Local: Lidia Montanha Castro e Naira Souza Mello
Gerente de Projeto: Lisa Gunn
Designer: Sofia Tomic, Camilla Baratucci
Produção: Aruac Filmes
Co-produção: Hutukara Associação Yanomami, Stemal Entertainment com Rai
Cinema
Produção Associada: Les Films d'Ici
Distribuição Brasil: Gullane+
Distribuição França: La 25ème Heure
Distribuição nos EUA: KimStim Films
Apoio: Fondation Cartier pour l’art contemporain, ISA - Instituto Socioambiental, Nia Tero, Ford Foundation, Porticus, CLUA - Climate and Land Use Alliance, Instituto humanize, Instituto Arapyaú, RFN - Rainforest Foundation Norway, NICFI - Norway's International Climate and Forest Initiative, RCA - Rede de Cooperação Amazônica, Instituto Iepé, Instituto Meraki, IRIS - International Resource for Impact and Storytelling, Projeto Paradiso, Amazon Watch e Fondation AlterCiné
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