Estreia nesta quinta-feira a ótima comédia dramática “Campeões”, dirigida por Bobby Farrelly (“Os Três Patetas”, “Lez Bomb”).
“Campeões” é uma adaptação do filme espanhol de 2018,
“Campeones”, e todo o elenco de jogadores, é composto por portadores de
deficiência intelectual na vida real, portanto, um filme que trabalha a “inclusão”
realmente.
Na trama conhecemos Marcus (Woody Harrelson), um ex-técnico
profissional de basquete que, após cometer uma grave infração, é ordenado pelo
tribunal, a fazer um serviço comunitário, que consiste em trabalhar com uma
equipe de jogadores de basquete com deficiência intelectual.
Logo no início, Marcus tem várias dúvidas sobre a capacidade
do time, e não acredita no potencial dos jogadores. Porém, com o tempo, o
técnico teimoso e cabeça-quente começa a perceber que, trabalhando em equipe, o
time pode chegar mais longe do que ele imaginava.
O diretor Bobby Farrelly consegue fazer um filme que trata do
preconceito e principalmente da reação a ele, de uma forma leve e gentil, sem
ser piegas em momento algum.
O elenco está harmonizado na história, e consegue transmitir
angústia, alegria, trabalho em equipe e transformações de um modo geral, de uma
forma muito orgânica.
Inclusive, o elenco de jogadores é formado por atores com diferentes
níveis de deficiência intelectual, que acaba explicando que ela pode ser
genética, pode ser provinda de um acidente ou de uma doença.
O ator Woody Harrelson imprime seriedade e respeito ao seu
personagem, que mais do que qualquer outro, cresce na história, cresce como ser
humano que ultrapassa a barreira do preconceito e descobre um modo de vida muito
mais humano, do que jamais havia experimentado.
A trama traz alguns clichês, mas, consegue contorna-los, nos
quarenta e cinco minutos do segundo tempo, transformando a experiência dessas
duas horas de projeção, quase imperceptíveis.
“Campeões” é um filme que emociona, ele nos faz rir e nos faz
chorar, mas, sempre por bons motivos. O filme é positivo, apesar de sua
premissa nos trazer algo diferente disso, mas, garanto, não é.
O filme nos mostra como é possível uma pessoa ressignificar
todo um conceito, ou preconceito nesse caso, aprendido ao longa de uma vida
inteira.
Na trama, a equipe de basquete sofre uma interferência
positiva do novo técnico, mas, quem realmente cresce nessa história é o
técnico, que não entendia nada de relações humanas.
“Campeões” é um filme sobre resiliência, sobre saber dar a
volta por cima, sobre entender que todos temos muito a aprender sempre.
Recomendo muito que você assista essa história.
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