DURVAL DISCOS já é um clássico cult do cinema brasileiro. Escrito e
dirigido por Anna Muylaert, o longa começou sua carreira de sucesso em 2002,
no Festival de Gramado, de onde saiu com 7 Kikitos, entre eles Melhor Filme
para o Júri Oficial e Público, além de direção, roteiro e fotografia. Pouco
tempo depois, foi exibido na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo
daquele ano. O
filme volta ao festival numa sessão especial, com projeção de uma cópia em
35mm, e com a presença da cineasta e do elenco, que inclui Ary França, Marisa
Orth, Isabela Guasco, Letícia Sabatella, Rita Lee, André Abujamra,
Tânia Boldezan, além da saudosa Etty Fraser. A exibição acontecerá na área
externa da Cinemateca Brasileira, no dia 28 de outubro, às 19h. O
filme conta a história do quarentão Durval (Ary França), amante de MPB, cuja
loja fica dentro da casa de sua controladora mãe Carmita ( Etty
Fraser) que não deixa ninguém se aproximar do filho que luta para
libertar-se da influência da mãe. No começo da trama, eles contratam
uma estranha e bela empregada vivida por Letícia Sabatella, por um baixíssimo
salário. Ela
trabalha espantosamente bem por alguns dias, mas logo some deixando para trás
Kiki, uma menina de 5 anos vivida por Isabela Guasco - que eles acreditam ser
filha dela, mas aos poucos percebem que estão no meio de uma trama policial.
Por essa virada na história o filme ficou conhecido por ter, assim como os
LPs, um Lado A e o Lado B. “Num
mundo que não para de evoluir tecnologicamente, deixando para trás formas e
formatos do ano anterior, numa cidade que não para de se autodemolir e
transformar-se, DURVAL
DISCOS continua sendo um hino a um mundo que além de
analógico – ainda sonha em ser mais humano”, define Anna, que, em sua
carreira, fez, posteriormente, filmes como É proibido fumar e Que horas ela
volta? Filmado em tela cheia, DURVAL DISCOS
é uma comédia dramática que e se passa quase inteiramente dentro de uma loja
de LPs, no bairro de Pinheiros, em São Paulo – a Durval Discos –, no mesmo
ano em que os vinis deixavam de ser produzidos para dar lugar aos já também
falecidos CDs. Como diz o protagonista, interpretado por Ary França, a um dos
seus clientes: “O som do CD pode ser melhor, mas a música não tem
comparação”. Além de acompanhar o declínio do vinil, o filme mostra também
como a vida no bairro estava mudando com as casas sendo demolidas para dar
lugar aos inúmeros prédios Parte
homenagem à cidade de São Paulo, uma verdadeira personagem aqui, parte
homenagem à musica, o longa faz homenagens à música brasileira dos anos 60
tendo em sua trilha, produzida por Pena Schmidt – diversas pérolas do
cancioneiro brasileiro como “Que maravilha”, de Jorge Ben, “London London”,
de Caetano Veloso, “Imunização Racional” de Tim Maia, “Madalena”, de Elis
Regina, “Back in Bahia”, de Gilberto Gil, e “Mestre Jonas”, de Sá e Guarabira
– que ganhou no filme uma nova versão com a banda Os Mulheres Negras. Outro
destaque – reverenciado por fãs e especialistas no mundo todo – é a abertura
do filme, com um longo plano sequência passeando pela Rua Teodoro Sampaio e
encontrando seus créditos nas lojas do bairro. Um feito artístico e técnico,
resultado do trabalho de uma equipe empenhada e comprometida, que conta com
entre outros, Jacob Solitrenick, na direção de fotografia; Ana Mara Abreu,
assina a direção de arte; Vânia Deb, a montagem; e André Abujamra, a trilha
sonora. A produção é assinada por Sara Silveira e Maria Ionescu, além da
própria Anna. Atualmente, Anna está na fase de montagem
de seu novo longa, O Clube das Mulheres de Negócio. Com longa carreira como
cineasta e roteirista, a diretora tem em seu currículo, como diretora, também
os longas Mãe só tem uma, e Chamada a cobrar. |
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Ficha Técnica Roteiro e direção: Anna Muylaert Elenco: Ary França, Etty Fraser, Marisa Orth, Isabela Guasco, Letícia Sabatella, Rita Lee, André Abujamra, Tânia Boldezan |
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