Estreia nesta quinta-feira o filme “Boa Sorte, Leo Grande” dirigido por Sophie Hyde e estrelado pela super atriz Emma Thompson.
Na história conhecemos Nancy Stokes, uma professora de
religião, que esteve com um único homem em sua vida, tem sessenta anos, e que
acabou de se aposentar.
Apesar de ter tido uma vida satisfatória, ela nunca teve
prazer no sexo, ela nem sabe se o que ela fez foi de fato sexo, inclusive, ela
nunca teve um orgasmo.
Mas isso são águas passadas, Nancy está obstinada em seu
plano de ter, pelo menos uma vez, uma noite de sexo prazerosa.
E para isso, ela faz um plano e tem tudo desenhado em sua
cabeça: ela chamará um jovem trabalhador do sexo e reservará (anonimamente) um
bom quarto em um hotel. Ela escolhe o jovem: Leo Grande.
Leo sabe o que faz e sabe que faz bem o seu trabalho. Apesar
de parecer somente mais uma cliente e mais algumas horas de trabalho, ele sabe Nancy
é uma pessoa diferente.
Durante a 72ª edição do Festival de Cinema de Berlim, há
alguns dias, Emma Thompson protestou durante o seu discurso, dizendo que “as
mulheres sofreram lavagem cerebral para odiar o próprio corpo”.
O seu discurso dominou as redes sociais, com essa fala, e
ainda mais sobre o que ela disse do prazer feminino, “que pouco ou nada
importa”.
E o longa “Boa Sorte, Leo Grande” trata justamente disso, de
uma mulher que viveu sob as condições de uma sociedade patriarcal, onde a
sexualidade feminina não tinha (tem) importância, o que realmente importava era
o bem estar masculino, tanto o doméstico quanto o sexual.
E Emma Thompson é tão ela no filme, que é um prazer
assisti-la.
Ao longo da história, a sua personagem cresce, ela realmente
assume esse desejo de finalmente explorar sua sexualidade, se conhecer e
conhecer o outro.
O ator Daryl McCormack também está ótimo no papel,
entregando um garoto de programa consciente de seu trabalho, articulado e
generoso.
“Boa Sorte, Leo Grande” é um filme de um cenário só, o
quarto do hotel, onde Nancy pretende realizar uma lista de desejos, e por isso
mesmo, em alguns momentos você enxerga a história como uma grande peça de
teatro, apesar de não ter nada teatral ali, é só pelo ritmo e espaço mesmo.
“Boa Sorte, Leo Grande” fala sobre traumas, conservadorismo,
amor, superação, relações familiares, descobrimentos e aceitação.
Sim, aceitação, porque nessa comédia se fala em se aceitar
do jeito que se é, e buscar prazer sempre que possível, desconstruindo
conceitos conservadores que nada acrescentam às vidas.
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