| UM HERÓI, estreia
  nos cinemas brasileiros, nesta quinta-feira, dia 28 de julho, nas cidades de
  São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Curitiba,
  Maceió, Recife, Salvador, São José dos Campos e Niterói Sobre o filme Diretor de dois filmes ganhadores de Oscar de melhor produção em
  língua estrangeira (“A Separação” e “O Apartamento”, também indicado na
  categoria roteiro original), além de prêmios nos Festivais de Berlim e
  Cannes, o iraniano Asghar Farhadi, volta à sua terra natal, depois de filmar
  na Espanha, para o drama de suspense UM HERÓI,
  que, no Festival de Cannes deste ano, ganhou o Grande Prêmio do Júri e o
  Prêmio François Chalais, conferido a filmes com valor afirmativos sobre a
  vida e o jornalismo. O longa foi exibido na 45a Mostra Internacional de
  Cinema em São Paulo e no Festival de Cinema do Rio. UM HERÓI é
  protagonizado por Rahim (Amir Jadidi), um homem que foi preso por dever
  dinheiro, e, quando tem a chance de sair da cadeia por dois dias, arma um
  plano, com ajuda de sua namorada, que encontrou uma sacola com ouro perdida
  na rua. Porém quando descobre que este vale menos que o imaginado, ele tem
  uma ideia: espalhar anúncios procurando o verdadeiro dono, e, assim, ganhando
  publicidade como um homem honesto. Farhadi, que também assina o roteiro,
  explica que a origem da trama está em fatos reais, mas em nenhum específico. Como em todo os filmes do cineasta, esses acontecimentos são
  permeados por dubiedade e nuances. Sem trazer respostas simples em suas
  narrativas, Farhadi conta que isso não é intencional. “A
  ambiguidade vem naturalmente durante a escrita, e devo confessar que gosto
  disso. Esse aspecto faz a relação entre o filme e o público durar mais, ir
  para além da sessão. Dá a possibilidade de se refletir mais sobre o filme.
  Combinar ambiguidade com uma história que lida com a vida cotidiana é um
  desafio interessante.” O diretor resolveu situar a trama do longa em Shiraz, no
  sudoeste do Irã, onde há “muitas ruínas históricas, traços importantes e
  gloriosos da identidade iraniana. A principal razão pela escolha dessa cidade
  é por causa da especificidade da trama e dos personagens. Eu também queria
  ficar longa da tumultuada Teerã.” A construção realista das personagens, segundo o diretor, é
  marcada pela complexidade. “As pessoas são feitas de uma multiplicidade de
  dimensões, e, em certas circunstâncias, uma destas toma a frente e se torna
  mais visível. Esses personagens não são estereotipados.” No caso
  específico do protagonista, explica, seu sorriso é parte fundamental de um
  conjunto que apareceu progressivamente ao longo dos meses de ensaio.  Outro elemento importante nos filmes do diretor iraniano são as
  famílias e a solidariedade entre seus membros, e em UM
  HERÓI são centrais para a trama e as
  personagens. “As relações familiares são mais desenvolvidas nas cidades pequenas,
  e, quando um dos membros enfrenta um problema, todo mundo se envolve. Eu
  cresci nesse tipo de ambiente sociocultural. Vinte anos atrás, a frase “Não é
  problema meu” não existia na língua iraniana. Esse comportamento foi
  importado e materializa um novo modelo de relacionamento na nossa sociedade.” A contemporaneidade da sociedade iraniana também se manifesta no
  filme na presença das Redes Sociais, e Farhadi destaca isso como crucial na
  vida de seus conterrâneos. “Isso é um fenômeno novo, mas o impacto é tal
  que é difícil lembrar como era a vida antes disso. Minha experiência pessoal
  me leva a crer que essa sensação é mais óbvia na sociedade iraniana do que em
  qualquer outro lugar. Acredito que possa ser explicado pela situação
  sociopolítica do país.” Por fim, o diretor define UM HERÓI como
  um filme no qual “todas as personagens têm suas razões, para agir
  como agem. Elas são repletas de contradições. Não quero dizer que todos os
  atos sejam justificados. Não é sobre legitimação, mas compreensão. Ao se
  saber os motivos que levaram alguém a agir, podemos o compreender sem tomar o
  seu partido.” Desde sua estreia em Cannes, de onde saiu com dois prêmios, o
  longa só tem colhido elogios. Peter Bradshaw, no inglês The Guardian, escreve
  que “UM HERÓI é um filme que
  funciona com a performance inteligente e sutil de Amir Jadidi”.
  Dave Calhoun, na Time Out, define o longa como “uma excelente peça moral
  que nos imerge nos valores e rituais de uma sociedade, e nos mantêm curiosos
  até seu final poderoso.” Já Joey Magidson, do Awards Watchs,
  aponta que “quando se assiste a um filme de Asghar Farhadi, sabemos que uma
  história potencialmente simples é sempre um veículo para algo mais complexo e
  um exame do comportamento humano.” UM HERÓI será
  lançado no Brasil pela Califórnia Filmes.  | |||
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