Estreia nessa quinta-feira, a comédia dramática francesa
“Miss França”, dirigida pelo ator e cineasta luso-francês Ruben Alves (Uma
Família de Dois, Yves-Saint-Laurent).
No longa conhecemos Alex, um menino que desde criança tem a
ambição de se tornar Miss França.
O tempo passa e o encontramos já, um jovem adulto que
trabalha em uma academia de boxe e mora em uma pensão.
Depois de alguns aborrecimentos, ele sonha novamente em
competir no concurso de beleza que o levará ao grande concurso de miss França.
Com a ajuda de amigos/familiares, ele esconde a sua
identidade masculina e se inscreve no concurso. Alex é naturalmente belo,
encantador e quer lutar pela sua felicidade.
O diretor Ruben Alves tem em mãos um rico material para
falar, mostrar, discutir: gênero.
Em “Miss França” transitamos por experiências que começam a
ser abordadas no cinema, cada vez mais. A temática LGBTQIA+ precisa ganhar
espaço, e de uma forma mais alegre, como nesse filme.
Apesar de tocar em assuntos doloridos como o machismo, o
preconceito, o racismo, a xenofobia e tantas coisas mais, a história de Alex é
contada de uma forma leve e caminha para um bom final (isso não é spoiler,
calma).
Inclusive, a opção de falar desses assuntos através de um
concurso de beleza, é muito especial também, porque esse tipo de concurso,
apesar de todo o seu romantismo e beleza sim, ele é um ato machista, antigo e
que coloca a mulher em um lugar menor.
Outro fato interessante no filme é a pensão onde Alex mora,
que é povoada por párias da sociedade, são estrangeiros que trabalham em
subempregos, que precisam burlar a lei em algum momento, são os travestis, enfim,
os que são invisíveis à sociedade. Mas, são essas pessoas que formam a família
dele, um apoia o outro, pois, passam pelo mesmo sofrimento.
A história de Alex é uma amostra do que muitas pessoas passam pelo mundo afora, e isso não deveria ser normal, muito pelo contrário, deveria ser proibido.
“Miss França” é um filme ótimo, atual, alegre, que não leva
a história para um fim trágico. Apesar dos pesares dessa história que tem muito
de nossa realidade, somos brindados com excelentes atuações, roteiro, trilha
sonora e um longo respiro, pois, há luz no final do túnel sim.
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