MEU PAI, de Florian Zeller, acaba de ser
indicado ao Oscar em seis categorias: Melhor Filme, Melhor Ator para Anthony
Hopkins, Melhor Atriz Coadjuvante para Olivia Colman, Melhor Roteiro
para Christopher Hampton a partir de sua peça do diretor, Melhor
Edição e Melhor Design de Produção. O filme tem previsão de estreia nos
cinemas brasileiros, a partir do dia 8 de abril, conforme a reabertura das
salas em cada cidade do país. Ao
centro de MEU
PAI está a relação entre Anthony e sua filha, Anne. Ele,
aos 81 anos, vive sozinho em um apartamento em Londres, e recusa a ajuda de
enfermeiros e cuidadores que ela tenta impor. Quando ela resolve se mudar
para Paris com seu companheiro, surge um impasse, como o pai ficará
completamente sozinho? Nesse mesmo, momento, o homem começa a duvidar se ela
realmente o ama e da sua própria sanidade. Zeller,
que estreia na direção de cinema, descreve o filme “como uma espécie de suspense, que
convida o público a construir a narrativa, como eu fiz no teatro. Eu queria
que o público se sentisse próximo aos personagens.” Na adaptação
de sua própria peça, ele aponta que “o
cinema e o teatro nos lembram que somos parte de algo maior que nós mesmos.
Apesar das qualidades labirínticas do original, há uma sensação de alegria na
peça que eu queria manter no filme.” Hampton
confessa que quando viu a peça pela primeira vez, na França, foi um impacto,
e explica que “MEU
PAIprocura
formas artísticas de apresentar como a demência afeta as pessoas ao redor do
paciente – aqueles que sofrem os efeitos disso. E gosto de ressaltar que o
roteiro também é divertido.” O produtor do filme David Parfitt
(“A espiã vermelha”) , define o longa “uma
comédia de humor negro.” Para
Zeller, Hopkins sempre foi a primeira opção de ator para o papel-central na
adaptação de sua peça para o cinema. No teatro, o papel já foi interpretado
por Robert Hirsch, Frank Langella, e Fulvio Stefanini, no Brasil. “Eu tinha a profunda certeza de que
Hopkins seria poderoso e devastador no papel.” O ator, que foi
apresentado a Zeller por Hampton, com quem trabalhou algumas vezes, confessa
que ficou lisonjeado pelo convite. “Foi
maravilhoso saber que escreveram o roteiro me imaginando como o personagem.
Nesse caso, foi uma honra. E trabalhar nesse filme, me fez pensar em minha
própria mortalidade. Foi muito divertido, no set, memorizar as conversas e
diálogos. De certa forma, quando as câmeras estavam rodando, nem precisava
atuar.” Colman,
por sua vez, confessa que trabalhar com Hopkins foi um prazer. “Ele é muito divertido. Ficávamos o
tempo todo conversando, e quando diziam ‘Ação!’, ele já estava no personagem.
E eu concordo com ele quando diz que temos muita sorte de trabalhar nesse
filme.” A atriz conta que ficou tocada quando leu o roteiro. “Eu amo essa história. É uma das
coisas mais bonitas já escritas sobre o assunto. O roteiro realmente mostra o
que deve ser viver com uma pessoa portadora de Alzheimer, quando há momentos
de clareza misturados com outros obscuros. Anne quer cuidar do pai, mas
também precisa tocar a sua vida. Ela precisa tomar decisões muito sérias.” Para
os produtores David Parfitt, Philippe Carcassonne e Jean-Louis Livi, o
sucesso da adaptação da peça está na clareza da visão de Zeller. “Florian tem a habilidade
extraordinária de se adaptar a qualquer circunstância em que se encontra. Ele
demonstra uma resiliência que sabemos ser essencial para o desenvolvimento do
filme e para atrair o elenco britânico. O trabalho no set foi muito
confortável. Não nos preocupava a falta de experiência dele como diretor de
cinema. Acredito que o importante é a vivência dos personagens que você vê”,
explica Carcassonne. MEU PAI será
lançado no Brasil pela Califórnia Filmes. |
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