A Vida e a Obra de Renato Consorte em Livro da Coleção Aplauso




Renato Consorte - falecido em 26 de janeiro de 2009, esteve envolvido como ator ou técnico em praticamente todos os filmes dos estúdios da Companhia Cinematográfica Vera Cruz, a Hollywood Brasileira. No livro “Contestador por Índole” ele fala da carreira e também dá depoimentos sobre figuras que passaram por sua vida como Ziembinski, Alberto Ruschel, Millor Fernandes, Jânio Quadros, Elis Regina e até Jô Soares.


Dono de uma personalidade forte e contestadora, apaixonado e apaixonante, Renato Consorte lembra neste livro da Coleção Aplauso, da Imprensa Oficial do Estado, sua trajetória em mais de cinqüenta peças de teatro (do TBC a Derçy Gonçalves ) e dezenas de filmes (incluindo o recente O Casamento de Romeu e Julieta, de Bruno Barreto), além de muitas novelas e programas de televisão.
Com seu incansável humor (foi ele mesmo quem escolheu o titulo do livro, Contestador por Índole), Renato relembra para a jornalista Eliana Pace sua infância na Rua Aurora, em São Paulo, os colegas da Faculdade de Direito, seu casamento feliz numa divertida sucessão de anedotas e fatos históricos.
Sua primeira experiência em teatro foi em 1947, convidado para um teste por Paulo Autran na peça “A Noite de 16 de Janeiro”, no Teatro Brasileiro de Comédia. Com humor, ele conta sobre essa estréia: “Eu fazia Sir Anderson, uma das testemunhas de um júri, mas quando eu entrei em cena houve um tumulto na platéia e aí entendi a razão: é que meu nome saiu errado no programa, como Sigrid, e esperavam uma mulher”.
Memória viva da Companhia Cinematográfica Vera Cruz, Consorte relembra as filmagens e dificuldades de “O Caiçara”, ao lado de Eliane Lage e Mário Sérgio. “Como assistente de produção do Alberto Cavalcanti, eu era pau pra toda obra e nossa primeira missão foi ir até Ilhabela, que havia sido escolhida para cenário do filme. Levávamos um dia inteiro para chegar em São Sebastião e atravessar de barca párea Ilhabela, cheia de borrachudos.” Neste filme ele ganhou uma ponta, cantando uma moda de viola com os caiçaras.
Outro lado de sua vida é revelado no livro da Coleção Aplauso: “Sempre fiz política, lutei pela liberdade de expressão, pela abertura do campo de trabalho para os atores, pela anistia, pelo direito de voto. Combati a ditadura, o regime militar”.
Entre os depoimentos, cita sua participação no programa de Jô Soares, em que conseguiu “driblar” a dispensa do apresentador quando ele falou a célebre frase ‘ Estou conversando com..`: “Ao ser entrevistado, quando ele falou a frase, eu disse: espera aí que eu não acabei ainda não, você está usando o verbo errado, Jô. Foi uma gargalhada geral”.



Um comentário:

Anônimo disse...

Oi, Rita!

É sempre uma alegria encontrar aqui as suas observações e novidades culturais; um abraço.
Doralice Araújo, professora de Redação

www.gazetadopovo.com.br/blog/namira

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