Crítica Filme "Conclave" por Rita Vaz

Estreia nesta quinta-feira o longa “Conclave” dirigido pelo cineasta Edward Berger que tem em seu currículo filmes como o impressionante “Nada de Novo no Front”, “All My Loving” entre outros.

O papa está morto e agora é preciso reunir o colégio de cardeais para decidir quem será o novo pontífice.

No longa, acompanhamos exatamente esse evento, um dos mais secretos do mundo: a escolha de um novo Papa.

Lawrence (Ralph Fiennes), conhecido também como Cardeal Lomeli, é o encarregado de executar essa reunião confidencial após a morte inesperada do amado e atual pontífice.

Sem entender o motivo, Lawrence foi escolhido a dedo para conduzir o conclave como última ordem do papa antes de morrer.

Assim sendo, os líderes mais poderosos da Igreja Católica vindos do mundo todo se reúnem nos corredores do Vaticano para participar da seleção e deliberar suas opções, cada um com seus próprios interesses.

Lawrence, então, acaba no centro de uma conspiração e descobre um segredo do falecido pontífice que pode abalar os próprios alicerces da Igreja.

“Conclave” é um filme estupendo. Ele é todo muito bem feito. A direção é primorosa, conduzindo o espectador pela mão, através de seu roteiro perspicaz e sagaz.

A direção de arte é extremamente cuidadosa com a confecção dos lugares icônicos do Vaticano, a direção de fotografia é impecável em todos os momentos. Algumas cenas ficam na memória da gente.

Quanto ao elenco o que tenho para falar, são só elogios. Um elenco estelar, e de primeira grandeza. Todos em cena estão espetaculares. Obviamente o foco vai para Ralph Fiennes, como o cardeal Lawrence, que entrega um personagem contido, porém observador e ágil, de uma forma brilhante.

Também não tem como não falar de Stanley Tucci, John Lighgow, Isabella Rosselini, todos com atuações brilhantes.

“Conclave” é um filme que fala da política interna do Vaticano, que, como em qualquer lugar do mundo, também pratica o lobby, cada um defendendo o seu negócio.

Muito interessante comparar o que acontece na eleição papal, com o que acontece no mundo. São os de esquerda, os de direita, os extremistas e os que não querem assumir responsabilidades, um verdadeiro mini mundo da atualidade.

O longa tem uma trama interessantíssima, e um final prá lá de surpreendente, deixando a plateia chocada, no melhor sentido da palavra.

“Conclave” deve ser assistido por todos, por aqueles que apreciam a arte cinematográfica, por aqueles que apreciam excelentes diálogos, por aqueles que gostam de conhecer a engenhosidade dos eventos humanos, e muito mais.

Recomendo fortemente.

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