Estreia nesta quinta-feira o filme “Ainda Estou Aqui” do diretor Walter Salles, que tem em seu currículo filmes como “Central do Brasil”, “Na Estrada” entre outros.
O longa é uma adaptação cinematográfica do livro
autobiográfico de Marcelo Rubens Paiva, que narra a emocionante trajetória de
sua mãe, Eunice Paiva, durante a ditadura militar no Brasil.
Ambientada em 1970, a história retrata como a vida de uma
mulher comum, casada com um importante político, muda drasticamente após o
desaparecimento de seu marido, capturado pelo regime militar.
Forçada a abandonar sua rotina de dona de casa, Eunice
(Fernanda Torres/Fernanda Montenegro) se transforma em uma ativista dos
direitos humanos, lutando pela verdade sobre o paradeiro de seu marido e
enfrentando as consequências brutais da repressão.
O filme explora não apenas o drama pessoal de Eunice, mas
também o impacto do regime militar na vida de milhares de famílias brasileiras,
destacando o papel das mulheres na resistência.
Com uma narrativa profunda e sensível, “Ainda Estou Aqui”
traz à tona questões de perda, coragem e resiliência, enquanto revisita um dos
períodos mais sombrios da história do Brasil.
A obra é um tributo à força de Eunice Paiva, que, contra
todas as adversidades, se torna uma figura central na luta pelos direitos
humanos no país.
O diretor Walter Salles contou com uma história absurdamente
importante, de um capítulo recente, de terror no Brasil, para mostrar que é um
dos melhores diretores da atualidade.
No começo do filme assistimos uma família vivendo feliz, em
uma casa à beira da praia no Rio de Janeiro. Essa família é ensolarada, alegre,
de um modo quase idílico. E quando as garras da ditadura a atinge o filme se
torna escuro, praticamente sujo. E essa visão, quem nos proporciona é o
diretor, com toda o seu conhecimento de cinema.
Ele contou também com um excelente roteiro, com uma direção
de arte de tirar o fôlego de tão bem feita, e com um elenco de primeiríssima, quiçá
os melhores da sua geração.
O que dizer de Fernanda Torres, com sua interpretação
tranquila, de uma mulher aparentemente frágil, mas, que não conseguimos desviar
o olhar, quando está em cena? Simplesmente arrebatadora, de uma elegância ímpar.
Uma atuação que se entende o porquê da possível indicação ao Oscar.
Selton Mello parece que nasceu para esse papel. Também
clássico, presente e firme, entrega um personagem com uma personalidade típica,
porém, individual.
Os dois protagonizam essa história, mas, o elenco que
interpreta filhos, amigos e policiais, também dá um show à parte, cada um
respeitando o espaço do outro.
“Ainda Estou Aqui” é um filme muito importante de ser visto,
por todas as pessoas, e não só do Brasil, porque essa história também é
universal. Todas as pessoas que são sequestradas de suas vidas, de seus
direitos como seres humanos, sabem o que é uma repressão, o que é o
autoritarismo. Esse tipo de história tem que ficar registrada para não ser
esquecida.
“Ainda Estou Aqui” é um filme impactante. Depois que sai da
sala de cinema, visivelmente mexida, fiquei, durante muito tempo, pensando nas
histórias que ele conta, nas vidas que foram levadas e nas que ficaram. As que
ficaram sofreram um luto gigante.
“Ainda Estou Aqui” é um grande filme, tem uma das melhores
produções nacionais, que vi nos últimos tempos, e entrou para minha lista de
melhores filmes do ano.
Torço muito para que ele represente o Brasil no Oscar 2025!
Recomendo!
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