Produzida
pela curitibana Sambaqui Cultural, a história fala sobre a chegada de uma
gôndola veneziana em um lago artificial da cidade catarinense
A
cidadezinha de Nova Veneza, em Santa Catarina, foi convertida no cenário
principal de um telefilme gravado pela Sambaqui Cultural, que tem sua sede
principal instalada em Curitiba. Há exatos dez anos, em 2014, foi lançada a
obra “Uma Gôndola para Nova Veneza”, atualmente disponível para visualização
gratuita através do site da produtora (https://www.sambaquicultural.com.br)
e também no Futura / Globoplay.
A
história fala sobre a chegada de uma gôndola veneziana, que foi instalada em um
lago artificial da cidade, no ano de 2006, movimentando o turismo e reacendendo
o sentimento de italianidade dos moradores. Em Nova Veneza, 95% dos cerca de 13
mil habitantes são descendentes de italianos da região do Vêneto.
“As
rodagens aconteceram entre 2013 e 2014, não apenas em Nova Veneza, mas também
em Veneza, na Itália. Na cidade catarinense, procuramos filhos de imigrantes,
pois ainda existiam alguns poucos vivos. Nova Veneza foi a última colônia
instalada no Brasil Colônia, na verdade implantada já no período da república
(1891). Então, os imigrantes que vieram da Itália já eram falecidos, mas alguns
filhos (já idosos) ainda estavam vivos. Fomos atrás deles, de representantes do
poder público e da comunidade envolvidos na operação de importação da gôndola
doada por Veneza”, lembra a diretora e roteirista Joana Nin.
Os
trabalhos de rodagem do telefilme agitaram a rotina da população de Nova
Veneza. Foram feitas filmagens nas casas das pessoas e em diversos outros
lugares, como por exemplo na oficina de um marceneiro local, Edson dos Santos,
que aprendeu a restaurar a gôndola sempre que necessário, dispensando a vinda
de italianos ao Brasil para isso. “O restaurador da Itália que veio ao Brasil
temia que a gôndola pudesse quebrar ao ser virada para o restauro, que é como
se conserta uma embarcação aqui, mas os brasileiros mostraram que para tudo tem
um jeito. Foi divertido ouvir essa história, que entrou na edição do
documentário”.
Na
Itália, em Beluno, a equipe de produção procurou o senhor que deu a ideia de
trazer a gôndola ao Brasil, Benedetto Fiori. Em Veneza, onde foram feitas
filmagens nos famosos canais, foi localizado o construtor da embarcação, Franco
Vianello "Crea", que falou um pouco da emoção de ter uma de suas
obras enviadas ao Brasil como símbolo das boas relações entre os dois países.
Antes da estreia no Canal Brasil, em 2014, foi realizada uma pré-estreia em
Nova Veneza, o que gerou comoção entre os moradores.
“As
pessoas demonstraram o quanto o sentimento de pertencimento tinha a ver com a
vinda da gôndola e como isso era importante para elas. Muitos só se deram conta
desse orgulho ao ver o filme, anteriormente considerando a embarcação apenas
como um atrativo turístico”, conta Joana. Embora a gôndola fique fixa, sem
possibilidade de navegação, muitos turistas tiram fotos em seu interior. Em
finais de semana e feriados, muitas vezes há até um gondoleiro contratado para
simular o passeio.
Todos
os anos, no mês de junho, são realizadas festividades em Nova Veneza. Muita
gente visita a cidade para a “Festa da Gastronomia Típica Italiana”, quando
acontece também um tradicional baile de máscaras. As ruas, casas e comércios
são enfeitadas com as cores da bandeira italiana e também com máscaras do
Carnevale Di Venezia. Nesta época, o telefilme costuma ser bastante lembrado,
geralmente sendo mais procurado e ganhando maior visibilidade nas plataformas
onde é exibido.
A
obra tem direção de Joana Nin, produção de Joana Nin e Ade Muri, direção de
fotografia de Lúcio Kodato, som direto de Altyr Pereira, montagem de Rená
Tardin e trilha sonora original de Fábio Nin. Ade Muri também assina como
produtor de finalização. Para conhecer o documentário, acesse o site da
produtora, www.sambaquicultural.com.br,
e procure por "Onde assistir".
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