Crítica Filme "Os Rejeitados" por Rita Vaz

Estreia nesta quinta-feira o filme “Os Rejeitados” com direção do cineasta Alexander Payne, que conta com a direção de longas como “Nebraska” e “Os Descendentes” entre outros.

Na história conhecemos a desventura de Paul Hunham (Paul Giamatti), um professor mal-humorado de uma prestigiada escola norte-americana, forçado a permanecer no campus para cuidar de um grupo de alunos que não tem para onde ir durante as férias de Natal.

Durante o processo, ele acaba criando um vínculo improvável com um deles, o adolescente encrenqueiro, magoado e muito inteligente, Angus (o estreante Dominic Sessa), e com Mary (Da’vine Joy Randolph) a cozinheira-chefe da escola, que acaba de perder um filho no Vietnã.

Será entre gritos, perseguições nos corredores, detenções e conversas, que todos, acabarão descobrindo mais sobre a vida.

O diretor Alexander Payne faz um filme belíssimo, com histórias que vão se desenrolando de uma forma bastante natural, precisa e envolvente. Os personagens aprendem a lidar com sua solidão e suas dores, se aproximando um do outro. São momentos em que eles mostram quem eles realmente são, e principalmente, porque são como são.

Ambientado no início dos anos 1970, o filme tem uma direção de arte fantástica, com sua decoração, carros, figurinos, e som e imagem que nos remetem à época.

O roteiro é muito bem escrito, ele revela ao espectador, aos poucos, nuances dos personagens, que são importantíssimas, mas, ao mesmo tempo, algumas, quase imperceptíveis, e aí vai da vivência de cada um para entender a história, da sua maneira.

O elenco está ótimo, interagindo com uma naturalidade ímpar, desde os mais novos, aos veteranos, dando ainda mais veracidade para o longa.

Obviamente a atuação de Paul Giamatti é a que mais chama a tenção, ela é espetacular. São tantos pequenos gestos, ou expressões faciais, que demonstram os desafetos do professor ignorado, que é uma verdadeira aula de atuação.

“Os Rejeitados” fala de solidão, de tristeza, de falta esperança, mas, fala também exatamente o contrário disso, pois, cada personagem, ao longo da trama, se relacionando mais intimamente, um com o outro, conhece outras histórias, outras realidades, e empaticamente, percebem que há esperança, que ninguém é melhor ninguém.

E apesar de todas essas emoções, o filme tem muitos momentos engraçados, o trio que se encontra triste, aos poucos começa a perceber que tudo pode ser mais leve, que depende somente deles mesmos, e assim, entregam ao público, momentos de humor, alguns ácidos, mas, de humor.

“Os Rejeitados” é um filme que eleva o espectador, ele é bom ser visto, você sai da sala de cinema, se sentindo melhor e acreditando mais na humanidade (em todos os sentidos da palavra). Recomendo muito!

 

 

 

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