O que o passado tem a nos dizer e alertar
sobre o presente? Como a história pode nos ensinar a não repetir os erros e
horrores das outras gerações? Perguntas como essas são instigadas pelo
documentário UM
POUCO DE MIM, UM POUCO DE NÓS que estreia nas
principais plataformas digitais do país. A produção da Busthasky Filmes já
está disponível para compra e locação nas seguintes plataformas: Now, Vivo
Play, Microsoft, Google Play, Youtube e Amazon Prime Video. O
longa começa com uma judia alemã que fugiu ao primeiro sinal de que algo de
muito errado estava por vir. E segue para histórias de quem se escondeu na
floresta, fugiu para outro país, debaixo do subsolo, em um cômodo.
Encontramos aqueles que contaram com uma mão amiga, que arriscaram vida e
família ajudando os perseguidos pelo regime e os Partisans, guerrilheiros
prontos para sabotar o exército alemão. Há os que foram para o campo de
concentração e tiveram a sorte de sobreviver, mas, mesmo assim, tiveram que
se reerguer em outro país, sem dinheiro, sem ajuda, com outra língua e
cultura. O filme conta com depoimentos dos jornalistas Pedro Bial e Caio
Blinder, do filósofo Mário Sérgio Cortella e da economista e professora
Claudia Costin. A
partir dessa narrativa traçada por depoimentos de sobreviventes que se
radicaram no Brasil, o documentário medita também sobre o nosso presente,
seja na questão do surgimento de líderes extremistas quanto na situação de
refugiados e imigrantes na atualidade, e sobre o mundo que queremos
construir. “Falamos a respeito dos sobreviventes de uma Europa dos
anos 1930/40, cheia de autocratas e ditadores, ao mesmo tempo que dialoga com
repressões que assolaram o mundo nos anos seguintes e chega até hoje, com o
crescimento dos extremistas. Parece que não nos cansamos de ver tragédia.
Povos sendo dizimados, refugiados atravessando os mares numa jangada”, explica o diretor. Colocando-se
também em primeira pessoa no documentário, Bushatsky se apresenta como
investigador sobre as dinâmicas pessoais e as questões políticas que levaram
à ascensão do nazismo na Alemanha do século XX e o extremismo contemporâneo,
e, dessa forma, questiona o passado para tentar iluminar o presente. “O filme nasceu da vontade de saber mais sobre as
minhas origens. Explorar os caminhos que me fizeram chegar aqui. Meus avós
maternos fugiram da Áustria. Minha avó Erika, morou em um gueto na China, meu
avô Erich fugiu por diversos países até que conseguiu vir para o Brasil. Meu
avô conseguiu o visto devido ao embaixador Luiz Martins de Souza Dantas.” Nas
entrevistas, Bushatsky se deparou com histórias fortes, aquelas que tanto
vemos em filmes e livros sobre o Holocausto, mas que estavam sendo contadas
ali, na frente de sua câmera, pelas pessoas que as vivenciaram. “Tinha
emoção, lágrimas, mas todos fizeram questão de contar, falar e passar para a
frente a mensagem de que se aconteceu uma vez, pode acontecer de novo e essa
memória não pode ser esquecida jamais”, relata o cineasta. Essa
proximidade com as pessoas entrevistadas surgiu por conta daquilo que o
documentarista define como “um
processo artesanal”. “Reunia
a equipe, geralmente aos finais de semana, e fazíamos uma ou duas diárias de
filmagem. Visitávamos os personagens, com calma, dando tempo para a conversa
acontecer e a emoção falar. Aí passava um tempo, fazíamos mais uma entrevista
até que conseguimos todo material. No paralelo, começamos a montagem do
filme. São histórias muito fortes que precisam decantar antes de serem contadas.” Ele confessa que, por meio do filme,
confirmou “a tremenda e inigualável perseverança e resiliência dos
sobreviventes. A vontade de viver perante a tragédia. E que, sim, estavam
diante do horror.” |
Sinopse Ficha Técnica |
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