Crítica Filme "Som da Liberdade" por Rita Vaz

 


Estreia nesta quinta-feira, o aguardado filme “Som da Liberdade”, dirigido pelo cineasta mexicano, Alejandro Monteverde (“Little Boy – Além do Impossível”, “Bella”).

O longa é baseado em uma história real e acompanha o ex-agente especial do governo norte americano Tim Ballard (Jim Caviezel), que embarca em uma missão arriscada para resgatar crianças vítimas de tráfico infantil.

A princípio, o agente tinha um índice alto de prisões de pedófilos, cumprindo seu trabalho com muito sucesso, mas, isso tudo não era o suficiente para ele, pois, apesar de ter prendido muitos deles, ele sempre pensava nas crianças que tinham simplesmente desaparecido e resolve ir além do que o seu trabalho cobrava, ele decide encontrar essas crianças.

Contando (no início) com alguma ajuda do governo e de amigos, ele consegue montar uma grande operação.

Já na Colômbia, Ballard decide deixar seu cargo no governo para seguir em busca da quadrilha em sua jornada que se tornou pessoal. 

“Som da Liberdade” é um filme muito forte, emocionante, que mostra verdades que não queremos ver, ou nem saber. Um filme que precisa de estômago e coragem, por tratar de um assunto tão delicado, quanto é a pedofilia.

As cenas mais cruéis não são mostradas no filme, mas, o diretor consegue fazer com que entendamos tudo o que acontece com as crianças raptadas, vendidas e colocadas como objetos sexuais.

E o que mais me impressionou foi a idade dessas crianças serem a partir de cinco, seis anos de vida.

O longa tem um ótimo roteiro, que explica e conduz o espectador muito bem, fazendo com que a gente compreenda o “rumo” da história.

A trilha sonora é um caso à parte, pois tem um papel fundamental enquanto leva a plateia à emoção, eu achei exagerada, mas, mesmo assim, ela cumpre seu papel, com suas músicas cantadas por coros e quase apocalípticas.

Agora, em relação à polêmica gerada pelo filme, fique tranquilo, não tem nada a ver. Eu fiquei esperando algum fundo religioso ou político para entender esse falatório todo, e não vi nada.

O que aconteceu foi que desde o começo, a produção do longa sofreu alguns reveses de cunho jurídico mesmo, pois, a 20th Century Fox (que tinha seus direitos) foi comprada pela Disney, e até todo o processo de transição acontecer, o filme ficou na espera.

Apesar de o filme falar de um ato heroico e da luta contra a exploração infantil, ele foi “adotado” pela extrema direita norte-americana, para pautar alguns assuntos de total interesse deles, produzindo “fake news” que polarizaram a opinião pública.

Quem deve estar agradecendo por isso são os produtores do filme, que sem investir em marketing, estão vendendo e muito o seu filme.

Então, se você puder assistir ao “Som da Liberdade” assista, é um filmaço, mas, esqueça toda essa polêmica, ela não vale nada, foque sim, na grande denúncia que ele faz.

 

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