Coprodução entre Argentina e Brasil, BREVE HISTÓRIA DO PLANETA VERDE estreia nesta quinta (01/12)

Combinando elementos fantásticos e do road movie argentino, BREVE HISTÓRIA DO PLANETA VERDE, de Santiago Loza, chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, dia 1 de dezembro, nas cidades de Belo Horizonte, Brasília, Manaus, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória, com distribuição da Embaúba Filmes, e coprodução da brasileira Anavilhana. No Festival de Berlim, o longa recebeu o Teddy Award, conferido a filmes com temática LGBTQIAP+, além do Readers Award.  

Loza, que também assina o roteiro, conta que o filme nasceu da vontade de juntar um certo imaginário do cinema pop com outros de um cinema mais pessoal. “Queria fazer uma espécie de road movie com personagens um tanto feridas, com um elemento fantástico. A princípio, surgiu a imagem de três amigos carregando o corpo de um alienígena por uma floresta. Esse foi o gatilho. Eles têm que cumprir uma missão, encontrar um destino para aquele ser.” 

O filme acompanha Tania (Romina Escobar), Daniela (Paula Grinszpan), Pedro (Luis Soda) que encontram um alienígena deixado pela avó de Tania antes de morrer. Ela gostaria que a criatura fosse levado ao lugar onde foi encontrado. Passando por fases diferentes em suas vidas, o trio se une para realizar esse último desejo. 

Tania, uma mulher trans, viaja com seus amigos, e nessa jornada, não apenas geográfica, cada um revê seus problemas e questões emocionais, e tudo que os trouxe até ali, e partem para um momento de transformação. 

“O roteiro foi escrito para os três protagonistas principais, cujo trabalho conheci no teatro de Buenos Aires. No caso da Romina, eu queria trabalhar com uma atriz trans, quando nos conhecemos. Juntei os três, escrevi o roteiro pegando algumas características da vida de cada um. O resto eu inventei, com base na história que se conta.” 

Ao se unir, o trio criam uns com os outros uma espécie de família substituta, e o trabalho do elenco foi fundamental para a sintonia entre os personagens. As filmagens foram num lugar remoto da Patagônia. “Os trxs se entregaram, interpretando algumas cenas que poderiam ser ridículas com muita verdade e emoção. A relação foi crescendo naquela época, tentamos filmar da forma mais linear possível.” 

Já para o alienígena, que tem o tamanho de uma criança, cor roxa e grandes olhos, Loza explica que se baseou no imaginário infantil para criar essa figura, que não tem nada de perigoso, e se aparenta mais com um recém-nascido. “Essa criatura também tem um pouco de humor, a aparição, a forma de resolver o efeito. A precariedade do efeito pretendia produzir uma certa poesia. Todo o filme tem algo de uma história, de uma pequena fábula.” 

O cineasta explica também que em BREVE HISTÓRIA DO PLANETA VERDE, convivem diversos gêneros cinematográficos. “Há também alguma comédia, melodrama. É um filme que está em estado de mutação, que muda à medida que avança. A ideia era pegar esses elementos e fazê-los coexistir. Acho que algo emocional acaba vencendo o que acontece no final da jornada. Uma espécie de mágica que acontece na união desses personagens.” 

Já prêmio Teddy, do Festival de Berlim, o diretor classifica como lindo, pois foi escolhido pela comunidade LGBTQIAP+. “O filme teve uma projeção maior depois dessa premiação. Permitiu que os outros se aproximassem e se sentissem parte disso tudo. O prêmio de alguma forma justificou o esforço.” 

A coprodução da brasileira Anavilhana foi, segundo o cineasta, fundamental para a existência de BREVE HISTÓRIA DO PLANETA VERDE. “A participação foi essencial, um ato de coragem e fé. Um ator participou do elenco. E fizemos a finalização de som e cor no Brasil, com profissionais incríveis que permitiram que o filme fosse ouvido e visto com qualidade. Eles melhoraram o trabalho que foi feito. Luana Melgaço participou nas decisões criativas, nas diferentes versões de edição, bem como no percurso que poderia seguir nos festivais uma vez finalizado.”  

Sinopse

Levemente surpresa e relativamente despreocupada com a descoberta de que sua avó passou os últimos anos de vida como cuidadora de um alienígena roxo de olhos pretos, Tania, uma mulher trans, embarca com seus amigos numa jornada por uma pequena cidade argentina. Juntos vão enfrentar seus próprios vazios emocionais ao tentar levar a criatura de volta ao local de origem. 

Ficha Técnica

Direção: Santiago Loza

Roteiro: Santiago Loza

Elenco: Romina Escobar (Tania), Paula Grinszpan (Daniela), Luis Soda (Pedro)

País: Argentina, Brasil  

Ano: 2019

Duração: 75 min.

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