Estreia nesta quinta-feira o filme “Men – Faces da Morte”,
dirigido por Alex Garland (“Ex-Machina: Instinto Artificial”, “Aniquilação”).
Na história conhecemos Harper (Jessie Buckley) traumatizada,
que após uma tragédia pessoal, decide ir sozinha para um retiro no meio de um
belo campo inglês, na esperança de encontrar um lugar para se curar, em uma
mansão isolada do interior.
Mas a cura, como a mudança, leva tempo. E, assombrada por
memórias dolorosas e culpa insuportável, Harper anseia por redenção.
No entanto, uma breve exploração das exuberantes paisagens
locais revela acontecimentos estranhos, à medida que encontros desconfortáveis
frustram os planos ambiciosos de Harper de se recuperar.
Como resultado, a dor irremediável se transforma em uma
sinistra corrente de mal-estar e, logo, o medo toma conta.
Ela já não encontra lugar onde se esconder, algo ou alguém
se encontra à espreita na floresta ao redor, e parece estar perseguindo-a. O
que começa como apenas uma ansiedade inicial, se torna um pesadelo, habitado
por suas memórias e medos mais sombrios.
O longa de Alex Garland é fascinante e perturbador ao mesmo
tempo. Em uma história onde você não sabe o que é real e o que é imaginário, a
extensão do que pode provocar incomodo, é grande.
O filme tem uma fotografia belíssima, tem momentos de pura
poesia, mas, aos poucos, esses momentos poéticos se transformam em pesadelos,
em uma impressionante construção do diretor.
Jessie Buckley, uma das melhores atrizes da atualidade, se
entrega para esse papel de forma orgânica e visceral, levando para o filme
ainda mais impacto e realismo.
A história é belissimamente apresentada em forma de
metáfora, para os diversos traumas que permeiam o consciente e inconsciente de
uma mulher amedrontada pelo machismo, e pela necessidade de elaborar um luto proveniente
de um momento brutal.
“Men – Faces do Medo” é um filme para os fortes, para os que
gostam do tema, para os que conhecem o diretor, para os que realmente desejam
especular sobre a mente humana.
Recomendo muito para quem gosta do gênero.
Nenhum comentário:
Postar um comentário