Estreia nesta quinta-feira o documentário híbrido “Rua Guaicurus” sob a direção de João Borges.
A rua Guaicurus é uma das maiores zonas de prostituição do
Brasil, localizada no centro da cidade de Belo Horizonte, desde os anos 50.
Atualmente funcionam mais de 25 hotéis na região, com aproximadamente três mil
trabalhadoras do sexo. Nesse enorme complexo, o filme revela um cotidiano pouco
conhecido, por meio de situações que eclodem das relações entre suas
personagens.
E por que ser chamado de documentário híbrido?
Porque ele é uma combinação entre o documental e a
encenação, onde o diretor mineiro João Borges cria um filme único sobre o
universo da prostituição no local que dá título ao longa, e fica em Belo
Horizonte. “A elaboração de um roteiro híbrido me ajudou a ter maior
controle sobre o plano de filmagens, as locações, os personagens e atores que
toparam participar”, conta o cineasta.
“Rua Guaicurus” mostra um universo que já foi apresentado
sob diversos ângulos para a sociedade, mas, inova no aspecto das histórias
pessoais, que foram encenadas e gravadas nos locais onde tudo aconteceu e
acontece, isto é, nos hotéis e ruas do centro de Belo Horizonte.
Com esse retrato intimista da vida das prostitutas e dos
clientes, o longa passa ao espectador uma visão mais realista do dia a dia dessas
pessoas, que tem problemas, conflitos e alegrias.
“Rua Guaicurus” é um retrato, um documento de uma porção da
sociedade que normalmente é colocada de lado.
Sobre João Borges
João Borges nasceu em Belo Horizonte, onde vive e trabalha
como diretor de cinema e roteirista. Seus filmes participaram de importantes
festivais nacionais e internacionais. Seu primeiro curta-metragem, “Cajaíba”
(2011), foi exibido em diversos festivais, ganhou menção honrosa no Festival
Lume de Cinema e foi apresentado no Canal Brasil. “Tigre” (2013), seu segundo
curta-metragem, foi exibido na Mostra de Tiradentes, na Semana dos
Realizadores, ganhou menção honrosa no Festival Curta Cinema (RJ) e foi
indicado pela Academia Brasileira de Cinema a melhor curta-metragem de 2014. Em
2015, realizou o filme experimental “Moto-perpétuo”, contemplado com o prêmio
de estímulo ao cinema da Fundação Clóvis Salgado. O trabalho esteve no Festival
Internacional de Curtas de Belo Horizonte e no Festival Mondial des Cinémas
Sauvages (Bélgica). “Kappa Crucis” (2016) teve premiére na mostra competitiva
do Visions du Réel, na Suíça, e foi exibido na Mostra de Tiradentes, tendo
ainda ganhado prêmio de melhor fotografia na Mostra SESC de Cinema e melhor
filme do júri popular no Festival Internacional de Curtas de São Paulo. “Rua
Guaicurus” é seu primeiro longa-metragem e teve premiére na mostra competitiva
do DOK Leipzig, na Alemanha, em 2019. No Brasil, foi exibido no forumdoc, no
Festival Panorama Coisa de Cinema, no Cine Esquema Novo e no Mix Brasil. No
festival SatyriCine Bijou, ganhou prêmio de melhor direção e de melhor atriz
revelação. Atualmente, João trabalha no desenvolvimento do seu segundo longa-metragem,
“Pedra de Gelo ao Sol”, e do curta “Adeus Calon” (2022), que teve sua premiére
no 37º Festival Internacional de Cine em Guadalajara, onde ganhou o prêmio de
melhor curta ibero-americano.
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