Estreia do filme "Como Matar a Besta".

A nova edição da Sessão Vitrine começou com COMO MATAR A BESTA, coprodução entre Argentina, Brasil e Chile, com direção da argentina Agustina San Martín, premiada em Cannes de 2019, com seu curta “Monstruoso Dios”. O filme foi exibido em diversos festivais, entre eles Toronto e Festival do Rio, e estará nos cinemas com sessões a preços populares.

A roteirista e diretora argentina Agustina San Martín conta que muito da inspiração para seu longa de estreia, COMO MATAR A BESTA, vem de sonhos. “Sempre tive sonhos memoráveis dos quais me lembro perfeitamente. E sempre deixo a porta aberta para eles, pois me mostram as coisas”, disse em entrevista ao site The Talks. 

COMO MATAR A BESTA tem como protagonista Emilia (a estreante Tamara Rocca), uma jovem de 17 anos que chega a uma cidade fortemente religiosa numa região fronteiriça em busca do irmão desaparecido com quem tem questões pendentes. Hospedada na casa de uma tia (Ana Brun), próxima a uma floresta onde, diz-se, uma fera apareceu semanas antes. Esta é a materialização de um homem mau que toma forma de diversos animais. O elenco ainda inclui a participação do ator João Miguel, como um homem com quem a protagonista cruza na busca pelo irmão. 

Para San Martín, seu filme é uma combinação de diversos elementos folclóricos e mitológicos da região norte da Argentina. “Sempre gostei de inventar mundos. Sempre achei a ficção mais empolgante do que a vida real, por isso sempre gostei de filmes de terror.” O filme tem atraído a atenção desde quando foi exibido em Toronto, em outubro passado, e comparado à obra de David Lynch pelos seus aspectos fantásticos e surreais. 

A diretora se confessa uma cinéfila assistindo a filmes de todas as partes do mundo, e com o interesse de trabalhar em diversos países. “Eu me recuso a ser uma única coisa. E, embora eu ame a Argentina e seu cinema, eu tento fazer o exercício de me imaginar não-argentina. Fazer filmes apenas em espanhol é uma limitação. Vejo filmes de diversos países, e eu amo o cinema exatamente por isso. Posso simpatizar com histórias e pessoas de outros lugares completamente diferentes de onde moro. Interessa-me muito explorar essas possibilidades, que são marcadas não necessariamente por ser argentina, mas por ser humana.”

A Região das Missões, no sul do Brasil e norte da Argentina, é um desses lugares inusitados que San Martín quis explorar. Ela já havia rodado três curtas no mesmo cenário, que diz amar. “Ali há tantos descendentes de tantos lugares, falando línguas, uma mistura de português com ucraniano e espanhol. É um lugar muito especial, do qual sou muito próxima.” 

“Sempre gostei de ser muito barroca com os elementos de um filme. Quanto mais, melhor. Por isso, pensei na fotografia e no som muito peculiares para COMO MATAR A BESTA. Eu gostaria que isso pontuasse o que há de fantástico no longa. Sempre houve a intensão de algo fantástico, onírico de uma paisagem mística. Tentamos criar uma espécie de bruma envolvendo o lugar o tempo todo.”

A Sessão Vitrine 2022 foi contemplada pelo PROAC Direto 38/2021, programa de fomento do Governo do Estado de São Paulo e Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo.

 

Sinopse 

Emilia chega a uma cidade religiosa na fronteira entre Argentina e Brasil. Ela busca pelo seu irmão desaparecido, com quem tem assuntos obscuros e mal resolvidos. Ela se hospeda na casa de sua estranha Tia Inés, próxima a floresta onde, de acordo com rumores, uma perigosa besta apareceu uma semana antes. A besta - as pessoas dizem - é o espírito de um homem mau que toma a forma de diferentes animais. Entre realidade e mitologia, humano e animal, e culpa e sexualidade, Emilia terá de confrontar seu passado.


Ficha Técnica

Direção: Agustina San Martín 

Roteiro: Agustina San Martín 

Produção:  Diego Amson

Elenco: Tamara Rocca, Ana Brun, João Miguel, Sabrina Grinschpun, Juliette Micolta

Direção de Fotografia: Constanza Sandoval 

Direção de arte: Agustín Ravotti     

Trilha Sonora: O Grivo

Montagem: Hernán Fernández, Ana Godoy

Gênero: drama, terror

País: Argentina, Brasil, Chile 

Ano: 2021 

Duração: 79 min. 

Nenhum comentário:

Crítica Filme "Godzilla e Kong: O Novo Império" por Rita Vaz

  Estreia nesta quinta-feira o filme “Godzilla e Kong: O Novo Império”, sob comando do diretor Adam Wingard (“Godzilla vs Kong”, “Death Note...

Olhar de Cinema Festival Internacional de Curitiba