REFLEXOS DO MODERNISMO - Mostra em homenagem ao centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, a partir de 10 de fevereiro

 


Arte Moderna, com a mostra intitulada "Reflexos do Modernismo", trazendo nove filmes antológicos, produzidos entre 1931 e 1954, todos tendo em comum a flexibilidade e não ortodoxismo do cinema que era feito nesta época. A maravilhosa seleção reúne os diretores Mario Peixoto, com o clássico absoluto "Limite" (1931); o também brasileiro Alberto Cavalcanti com os raros "Na Solidão da Noite" (1945), "As Vidas e Aventuras de Nicolas Nickleby" (1947), "Simão, o Caolho" (1952), "O Canto do Mar" (1953) e "Mulher de Verdade" (1954); e o francês Jean Vigo, representado pelas joias "Zero de Conduta" (1933), "O Atalante" (1934) e o curta "A Propósito de Nice" (1930).

Os diretores:

– Vindo de uma família abastada, o jovem futuro cineasta Mario Peixoto (1908–1992) foi estudar na Inglaterra, e, ao retornar para o Brasil, trazendo rica bagagem cultural dos filmes que viu na Europa, ele se empolgou com a ideia de dar uma nova cara ao cinema brasileiro, com uma linguagem mais artística, moderna e original. Foi assim que, com apenas 21 anos de idade, ele realizou "Limite", seu primeiro e único filme, obra-prima e tesouro do cinema brasileiro, uma referência para diretores e estudiosos de dentro e fora do Brasil.

 – Antes de estrear como diretor, o carioca Alberto Cavalcanti (1897–1982) projetou cenários para cineastas experimentais franceses na década de 20, realizando seu primeiro filme em 1925. Ao se mudar para a Inglaterra, em 1934, ele realizou pelo menos dois grandes filmes: "Na Solidão da Noite", longa coletivo de terror, dividido em quatro episódios, obra considerada por muitos como uma uma das melhores antologias de horror já feitas; e também "As Vidas e Aventuras de Nicholas Nickleby", uma elegante adaptação de obra literária de Charles Dickens. No Brasil, ele dirigiu clássicos como "Simão, o Caolho", "O Canto do Mar" e "Mulher de verdade". Embora rejeitado em seu próprio país pelos fundadores do Cinema Novo, que o consideravam "um estrangeiro", Alberto Cavalcanti é considerado nome fundamental no cinema europeu, principalmente pela sua fervorosa participação na vanguarda francesa da década de 20. 

– Jean Vigo (1905–1934), que morreu muito jovem, com apenas 29 anos, realizou apenas quatro filmes, e o curta-metragem "A Propósito de Nice" marca sua estreia como diretor. Com a obra-prima "Zero de Conduta", uma representação subversiva de um internato autoritário, saído diretamente das memórias dele próprio, Vigo teve o filme imediatamente censurado devido ao seu "espírito anti-francês". Apesar disso, no ano seguinte, ele filmou "O Atalante", seu único longa, mas o cineasta morreu logo depois, e a enorme importância de seu trabalho não seria reconhecida antes de 1945, quando passou a ser admirado pelo inovador realismo poético de suas obras.

Semana de 22:

A Semana de Arte Moderna, também conhecida como Semana de 22, ocorreu em São Paulo, entre os dias 13 e 17 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal da cidade. O evento representou uma renovação sem precedentes na linguagem artística brasileira, um grande salto da vanguarda para o modernismo. Entre os seus participantes estavam nomes como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Víctor Brecheret, Plínio Salgado, Anita Malfatti, Menotti Del Picchia, Guilherme de Almeida, Sérgio Milliet, Heitor Villa-Lobos, Tácito de Almeida, Di Cavalcanti, Agenor Fernandes Barbosa, entre outros. Embora na ocasião a pintora Tarsila do Amaral tenha sido considerada um dos grandes pilares do modernismo brasileiro, ela não pôde participar do evento porque se encontrava em Paris.

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