Luz, câmera, redação! Como é a produção de um roteiro


A Galinha Pintadinha é um dos maiores cases de sucesso do audiovisual brasileiro. Há quase 15 anos faz a alegria de crianças e famílias pelo mundo com seu trabalho de resgate do cancioneiro popular brasileiro em suas canções e videoclipes. Mais recentemente, surgiu a Galinha Pintadinha Mini, uma série com uma nova estética, mas com os valores que sempre permearam a marca: oferecer uma infância saudável para os pequenos, divertida, e baseada em fortes pilares educacionais e pedagógicos.

Muitas pessoas do nosso público se divertem, cantam, curtem as nossas historinhas, mas não imaginam qual é o primeiro passo de produção em nossos bastidores. "Como o conteúdo da Galinha é criado? Como vocês pensam nisso?", sempre me perguntam. Bom, caro leitor e leitora. Vou contar um pouquinho onde tudo começa. Vamos falar de roteiro. Isso mesmo.

Você já ouviu falar disso?

Para uma produção de cinema, animações, videoclipes, séries e até comerciais publicitários, o primeiro passo, depois de uma ideia inspirada, pesquisa e desenvolvimento artístico é a criação de um roteiro. E a Galinha não foge disso. Dentro do processo audiovisual, no qual a personagem está inserida, ele desempenha dois papéis fundamentais: é uma obra dramatúrgica, na qual se conta uma história e há uma estrutura dramática desenhada, e, ao mesmo tempo, é um documento de produção.

Por isso, nesse sentido, o roteiro segue procedimentos específicos de escrita, sendo uma peça na qual descrevemos sons e imagens. E descrevemos sons e imagens porque esses elementos são as matérias-primas do audiovisual. Dessa forma, em um mundo ideal, todos os envolvidos no projeto conseguem estar na mesma página e fazer leituras parecidas de uma determinada ideia, para torná-la realidade.  Em resumo, a Galinha é feita a muitas mãos, sempre com a direção do Juliano Prado e do Marcos Luporini, que nos dão o direcionamento artístico. 

Um roteiro também pode servir a diferentes propósitos. O roteiro de um filme longa-metragem é diferente de um curta-metragem. Por sua vez, roteiros para programas de televisão, séries, games, publicidade, instalações audiovisuais, canais no YouTube, e diversos outros produtos, terão seus diferentes formatos. Nem toda ideia dá certo no papel e na tela, por isso escrever é um trabalho árduo de lapidação e testagem. Tampouco, podemos confundir um roteiro com literatura. A literatura é outro tipo de linguagem, com procedimentos estéticos específicos. É importante entender que um roteiro tem suas particularidades e é uma peça única na engrenagem de uma produção. Geralmente, é comum um roteiro ter várias versões. Afinal, é como dizem, escrever é reescrever.  O próprio roteirista, a cada nova versão, vai editando a história e a estrutura, alterando-as e adicionando coisas novas para deixá-las melhores.

Aqui na Galinha, nossos roteiros são preparados com muito cuidado, capricho e técnica, pois entendemos como o pontapé inicial de algo que estamos preparando com muito carinho para o nosso público assistir depois. Para nós, sempre fica a lição de casa de consumir e ver  muitas referências de cultura, de arte e de audiovisual. Nunca paramos de estudar roteiro, teatro e dramaturgia, além de sempre estarmos antenados. Assim, nossa escrita sempre vai se aprimorando.

Há muito mais detalhes para se explorar no mundo de um roteiro. Dei apenas um gostinho especial do que acontece em nossos bastidores. Procure saber mais se este universo lhe interessa. Porém, agora você já sabe: não é fórmula mágica. Todo primeiro passo de um projeto audiovisual da Galinha Pintadinha começa no roteiro para, depois de vários artistas e outros diversos processos de produção, chegar nos lares das crianças mundo afora levando muita música e diversão. 

* Por Thiago Jacot, Head de Produção e Operações  - galinhapintadinha@nbpress.com

 http://www.galinhapintadinha.com.br

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