Vento Seco, dirigido por Daniel Nolasco, estreia comercialmente nos cinemas nesta quinta, dia 5 de agosto. O filme estará disponível nas salas de cinema, de forma presencial, em algumas cidades. Para todo o Brasil, com exclusividade, através da Sala Maniva, uma nova plataforma digital focada em filmes independentes, onde o Vento Seco poderá ser alugado em primeira mão por 30 dias.
Filmado em Goiás, “Vento
Seco mostra parte da cultura gay do interior, que foi responsável pela minha
formação até minha vida adulta. Realidade na qual os homens do cerrado se
olham, se desejam e transam", explica Nolasco.
A história gira em torno de Sandro (Leandro Faria Lelo) que tem
sua rotina perturbada com a chegada de um forasteiro na cidade. O elenco conta
ainda com as presenças de Renata Carvalho (Série Pico da Neblina), Allan
Jacinto Santana (Atrás das Sombras) e Rafael Teóphilo, entre outros.
Usando o artificialismo como proposta estética, Vento Seco procura
estabelecer um diálogo direto entre alguns elementos do melodrama e do filme
erótico, buscando uma reflexão sobre a vida cotidiana dos trabalhadores de uma
fábrica de fertilizantes. Além disso, busca levar ao cinema o ambiente pouco
representado do interior do centro-oeste brasileiro com todas as suas
complexidades.
O filme também se debruça sobre a representação do desejo
homoerótico buscando um diálogo com filmes que procuraram pensar uma forma de representação
que rompesse com a tentativa de enquadrar os laços homoafetivos,
exclusivamente, dentro de códigos estabelecidos por uma cultura que nunca teve
como preocupação entender os relacionamentos homoeróticos sobre outro prisma,
além daquele estabelecido pela moral vigente.
"Filmes como “O Fantasma” de João Pedro Rodrigues, “Esse
Velho Sonho que se Move”, do Alain Guiraudie, o trabalho de cineastas da década
de 1970 como o Wakefield Poole (“Bijou”), ou mesmo o trabalho performático de
alguns atores como o Al Parker, servem de referência estética e narrativa.
Filmes, imagens, corpos, histórias e pessoas que me compõe todo um imaginário
dissidente", ele complementa.
O longa fez uma bem sucedida carreira em
festivais, participando de mais de 50 festivais internacionais, com destaques
para a participação na Mostra Panorama dentro do Festival de Berlim, e os
prêmios de Melhor Ator, recebido por Leandro Faria no Iris Prize Cardiff 2020 e
de Melhor Filme, recebido nos festivais Chéries-Chéris Film Festival (Paris
2020 – 2021) e DIGO International Film Festival on Gender and Sexuality (Goiás
2021), materializando a boa recepção do público e da imprensa especializada.
Sobre o diretor:
Daniel Nolasco nasceu no interior de Goiás. É bacharel em Cinema
e Audiovisual pela Universidade Federal Fluminense e em História pela
Universidade Federal de Goiás. Escreveu e dirigiu mais de nove
curtas-metragens, exibidos e premiados em vários festivais nacionais e
internacionais. Seu primeiro longa-metragem documentário é “Paulistas” (2017),
que fez sua estreia no Dok Leipzig. Seu segundo documentário é “Mr. Leather”
(2019), exibido em mais de trinta festivais como BAFICI, Frameline, Montreal
International Documentary Festival e FicViña Viña del Mar. “Vento Seco” é o seu
primeiro longa-metragem de ficção.
Ficha Técnica:
110 min. | 2020| Cor | Brasil
Direção e roteiro: Daniel Nolasco, Produção: Lidiana Reis;
Daniel Nolasco. Elenco: Leandro Faria Lelo; Allan Jacinto Santana; Renata
Carvalho; Rafael Theophilo; Leo Moreira Sá; Marcelo D'Avilla; Del Neto; Larissa
Sisterolli; Mel Gonçalves; Conrado Helt; Marcelo Souza e Silva; Norval Berbari;
Isabella Cecília do Nascimento
Sinopse: No mês de julho, o vento seco e a baixa umidade do ar
ressecam a pele dos moradores de uma pequena cidade no interior de Goiás.
Sandro divide seus dias entre o clube da cidade, o trabalho, o futebol com
amigos e as festas locais. Ele tem um relacionamento com Ricardo, seu colega de
trabalho. Mas a sua rotina começa a mudar com a chegada de Maicon, um rapaz que
desperta o seu interesse e do qual todos sabem muito pouco.
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