Na próxima quinta-feira,
8 de julho, a série Cinema #EmCasaComSesc recebe com exclusividade a
estreia do documentário musical “O Anel - Alaíde Costa Canta José Miguel
Wisnik”. Dirigido por Daniel Augusto, a produção mostra o reencontro entre
Alaíde Costa e José Miguel Wisnik em estúdio para a gravação do álbum homônimo,
lançado pelo Selo Sesc em dezembro de 2020.
O filme, que reconstitui a força expressiva de Alaíde ao
interpretar com destreza pérolas do cancioneiro popular brasileiro, fica
disponível na série Cinema #EmCasaComSesc até dia 14 de julho. A partir do dia
15 de julho o longa poderá ser assistido sob demanda em sesctv.org.br,
gratuitamente e sem necessidade de cadastro.
O álbum Alaíde Costa Canta José Miguel Wisnik, lançado quando
Alaíde completou 85 anos de idade, também está disponível nas plataformas
digitais de streaming, incluindo o Sesc Digital.
Em estúdio, Alaíde e Wisnik relembraram sua primeira parceria
realizada no ano de 1968, época em que a cantora passou a fazer parte do rol de
intérpretes da primeira edição paulista do Festival Universitário da Canção
Popular, exibido pela extinta TV Tupi. Alaíde foi escolhida por Wisnik, na
época um jovem compositor de apenas 20 anos de idade, para apresentar sua
canção de estreia, “Outra Viagem”, escrita naquele ano. Só agora, 52 anos depois,
é que os dois reatam esse elo silencioso e intacto para gravar essa e outras
canções do cantor, compositor, pianista e escritor paulista.
“Ele me escolheu, foi emocionante, um encontro maravilhoso.
Fiquei muito sensibilizada com a música que ele fazia. Além de “Outra Viagem”,
naquela época ensaiamos várias músicas que ele cantava para mim,” explica Alaíde.
Para Wisnik, “Outra Viagem” é a canção mais misteriosa que ele já fez, porque
fala sobre coisas, sentimentos que o compositor não sabia o que eram. “Essa canção é a maior de todas que
já fiz, a mais íntima e profunda, fora de meu controle. Senti que Alaíde também
estava comovida”, conta o pianista.
Entre lembranças e canções, a dupla fez uma viagem no tempo,
cada um à sua maneira, relembrando uma vida inteira em uma canção. Essa é a
força de “O Anel”, composição feita por Wisnik em alusão a um encontro com Alaíde
na juventude. “No final do festival em 68 fomos a uma espécie de danceteria.
Senti uma grande emoção, tirei o anel que usava e coloquei na mão do Wisnik.
Agora em nosso reencontro ele cantou O Anel comecei a chorar, mexeu muito
comigo”, confessa Alaíde.
O documentário nasceu a partir da gravação do disco realizada em
outubro de 2020, no estúdio Space Blues, em São Paulo. Duas de suas músicas
também levam o nome de Paulo Neves, como “Saudade da Saudade” (1997),
composição que Wisnik, que define como “uma canção sobre as canções”, que vão
de Tom Jobim (1927-1994) a Caetano Veloso, e “Por um fio” (2000). O compositor
e violonista Guinga divide com Wisnik a autoria de “Ilusão real” (2011) que,
assim como “Estranho Jardim” (1989), foram escolhidas por Alaíde para compor o
disco.
Músicas:
O Anel (José Miguel Wisnik)
Saudade da Saudade (José Miguel Wisnik/Paulo Neves)
Ilusão real (Guinga/José Miguel Wisnik)
Estranho jardim (José Miguel Wisnik)
Por um fio (José Miguel Wisnik/Paulo Neves)
Outro dia em verde prado – I’autre hier em um vert pré (anônimo
– século XIII, tradução Guilherme de Almeida)
Onde está você (Oscar Castro Neves/Luvercy Fiorini)
Laser (Ricardo Breim/José Miguel Wisnik)
Outra viagem (José Miguel Wisnik)
Alaíde Costa
Iniciou sua carreira profissional como crooner do Dancing
Avenida, no Rio de Janeiro. Em 1959, levada por João Gilberto (1931-2019),
entrou em contato com os compositores da bossa nova e gravou seu primeiro LP,
"Gosto de você". No ano seguinte, lançou o LP "Alaíde canta
suavemente" e começou a apresentar-se nos shows de bossa nova. Casou-se e
foi morar em São Paulo. Entre as novas gravações e apresentações, realizou um
recital de canções renascentistas no Theatro Municipal de São Paulo, intitulado
"Alaíde alaúde", com o maestro Diogo Pacheco. Depois de um período
sem gravar, participou das quatro edições do Festival da Tupi, entre os anos de
1968 e 1971 e no ano seguinte, gravou em dueto com Milton Nascimento a faixa
"Me deixa em paz" (Airton Amorim e Monsueto), incluída no LP
"Clube da Esquina". Nesta trajetória de mais de 60 anos de carreira,
também gravou com Johnny Alf (1929-2010), Lúcio Alves (1927-1993), Tom Jobim,
Paulinho da Viola, Ivan Lins e Egberto Gismonti, só para citar alguns de uma
extensa lista. Em 2014, finalmente realizou o seu sonho de gravar um disco
autoral: "Canções de Alaíde" foi lançado pelo selo "Nova
Estação" e produzido por Thiago Marques Luiz.
José Miguel
Wisnik
José Miguel Wisnik tem uma carreira singular: é músico, escritor
e professor. Lançou os CDs José Miguel Wisnik (1993), São Paulo Rio (2000),
Pérolas aos poucos (2003), Indivisível (2011) e Ná e Zé (2015). Fez música para
cinema, teatro e dança, com destaque para as quatro trilhas que compôs para o
Grupo Corpo: Nazareth (1993), Parabelo (1997, com Tom Zé), Onqotô (2005, com
Caetano Veloso) e Sem mim (2011, em parceria com Carlos Núñez). Tem canções
interpretadas por Elza Soares, Maria Bethânia, Gal Costa, Zizi Possi, Ná
Ozzetti, Jussara Silveira, Monica Salmaso, Eveline Hecker e parcerias com Chico
Buarque, Caetano Veloso, Tom Zé, Guinga, Luiz Tatit, Alice Ruiz, Marcelo
Jeneci. Entre seus livros publicados encontram-se O som e o sentido – Uma outra
história das músicas (1989, Companhia das Letras), Sem receita – Ensaios e canções
(2004, Publifolha), Machado maxixe – O caso Pestana (2008, Publifolha), Veneno
remédio – o futebol e o Brasil (2008, Companhia das Letras) e o recente
Maquinação do mundo – Drummond e a mineração (2018, Companhia das Letras),
vencedor do Prêmio Literário Biblioteca Nacional 2019. Em 2020 lançou o
primeiro single/videoclipe "A terra plana" do próximo disco inédito
que está por vir.
Ficha
Técnica:
O ANEL – ALAÍDE COSTA CANTA JOSÉ MIGUEL WISNIK
Dir.: Daniel Augusto | Brasil | 2021 | 53 min | Documentário |
Livre
O reencontro sensível de Alaíde Costa e José Miguel Wisnik onde
este destaca sua admiração pela voz incomparável, segura e ao mesmo tempo suave
de uma das pioneiras da Bossa Nova. Em outubro de 1968, Alaíde apresentou uma
canção de Wisnik no Festival Universitário da TV Tupi. Na época, ela tinha 33 e
ele 20 anos. Mais de 50 anos depois, eles se reencontram e decidem gravar em
disco, pela primeira vez, a canção do festival.
Disponível com exclusividade no Sesc Digital na série Cinema
#EmCasaComSesc de 08/07 a 14/07
Série Cinema
#EmCasaComSesc
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