Desenvolvida em parceria com o CineSesc, a mostra tem curadoria das antropólogas Majoí Fávero Gongora e Ana Maria Machado, e é exibida na plataforma Sesc Digital
A programação conta com curtas, médias e longas-metragens,
disponíveis gratuitamente de 30/7 a 13/8, e um ciclo de encontros com
especialistas e ativistas indígenas
Na abertura, no dia 30/7, às 20h, uma sessão única e exclusiva
do documentário premiado “A Última Floresta”, dirigido por Luiz Bolognesi e
roteirizado por ele e pelo xamã e ativista Davi Kopenawa
Acesse a mostra pelo link: sescsp.org.br/lutayanomami
De 30 de julho a 13 de
agosto, a plataforma Sesc Digital recebe a programação especial LUTA YANOMAMI:
CINEMA COMO ALIADO. Com curadoria das antropólogas Majoí Fávero Gongora e Ana
Maria Machado, em parceria com o CineSesc, a mostra recebe longas, médias e
curtas-metragens, entre eles uma sessão única e exclusiva do documentário “A Última Floresta”,
dirigido por Luiz Bolognesi e roteirizado por ele e pelo xamã e ativista Davi
Kopenawa, no dia 30/7, às 20h. O filme venceu o prêmio do público da mostra
Panorama no Festival de Cinema de Berlim deste ano. As demais produções ficam
disponíveis de 31/7 até o fim da mostra.
A programação pode ser assistida gratuitamente em sescsp.org.br/lutayanomami. Além dos filmes, a
mostra traz um ciclo de encontros com especialistas e ativistas indígenas, nos
dias 3, 5, 10 e 12 de agosto, terças e quintas, das 14h às 16h. As
inscrições são gratuitas e podem ser feitas a partir do dia 27 de julho, às
14h, pelo site inscricoes.sescsp.org.br.
O cinema se tornou um aliado
importante dos yanomami, levando ao mundo imagens, sons e histórias que
aproximam e conectam olhares distantes da vida na floresta à beleza e aos
desafios vividos na atualidade por esse povo. Os yanomami são um dos maiores e
mais conhecidos povos indígenas no Brasil, com mais de 28 mil pessoas. Suas
comunidades situam-se em áreas de floresta e montanha no norte do país, nos estados
de Roraima e Amazonas, fronteira com a Venezuela. Hoje vivem um momento
dramático, ameaçados pela presença ilegal de mais de 20 mil garimpeiros, pelo
desmonte de políticas públicas voltadas aos povos originários e pela grave
situação sanitária.
A mostra de filmes integrada
ao ciclo de encontros tem por objetivo ampliar o alcance das vozes yanomami.
Serão exibidos sete filmes produzidos na última década por diretores yanomami e
não indígenas e haverá quatro encontros com a participação de convidados
indígenas e aliados da causa, yanomami para aprofundar temas abordados nos
filmes e os principais problemas enfrentados pelos yanomami.
Fugindo de estereótipos, os
filmes apresentados na mostra registram a vida dos yanomami de uma forma
sensível, com olhares voltados à beleza e à diversidade que marca a existência
do grupo. Como um mosaico, os filmes trazem ao público temas como mitologia,
festa, xamanismo, caçada, vida das mulheres, cotidiano comunitário e abordam
problemáticas ligadas à invasão garimpeira, à luta política e à aliança com os
não indígenas.
LUTA YANOMAMI: CINEMA COMO ALIADO busca visibilizar a situação vivida pelos yanomami e fazer ecoar
seus pedidos de socorro que têm sido ignorados nos últimos anos. Em 2020, o
Fórum de Lideranças yanomami e ye'kwana liderou a campanha
#ForaGarimpoForaCovid pela retirada dos garimpeiros da Terra Indígena Yanomami,
como forma de impedir a disseminação da Covid-19, a destruição das florestas e
dos rios e o ciclo de violências que o garimpo gera nas aldeias. Em 2021, a
atividade garimpeira seguiu em franca expansão e a integridade física dos
yanomami está gravemente ameaçada, tendo em vista os crescentes ataques armados
e o aliciamento promovidos por garimpeiros nas comunidades.
Em tempos de urgência, o
cinema, ao estabelecer elos entre povos, possibilita que mais pessoas se
aproximem dos yanomami e se sensibilizem por sua luta, transpondo fronteiras e
permitindo o surgimento de novas alianças em defesa das florestas e dos povos
que as mantêm em pé.
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