Ao longo de dezembro, o Festival Cinecipó
apresentou programações semanais com curtas e longas ficcionais e documentais
que tinham como objetivo a busca pela apreciação da diferença, com pluralidade
e diversidade. Idealizado por Cardes Monção Amâncio e Daniela Pimentel de
Souza, o evento online será encerrado com a exibição especial de “O Que Há em
Ti”, de Carlos Adriano, cinepoema que traça linhas entre o vaticínio de um
haitiano sobre o presidente do Brasil (“Bolsonaro, acabou. Você não é
presidente mais.”), a participação do exército brasileiro no Haiti e onde estão
hoje os militares de alta patente que coordenaram as operações por lá.
“Uma honra muito grande
acolher filmes tão diversos, plurais e potentes. Estamos cumprindo nossa missão
curatorial e difusora de um cinema que importa. Os governantes passam e o
cinema fica. Os focos de poder podem ser alterados pelo cinema e de fato são.
Por isso o cinema é celebrado. Ou perseguido. Eles passarão, nós e o cinema,
passarinho”, comenta Cardes. “Produzir uma mostra desta envergadura, num ano
pandêmico, exigiu bastante, mas foi também um respiro. Ter e propiciar o
encontro com as obras, com as pessoas que as realizaram e saber que o festival
está ali 24 horas por dia para quem quiser sua companhia é algo que aqueceu bem
o coração nesse mês de dezembro”, complementa.
O filme entrará na
plataforma (www.cinecipo.com.br)
no dia 28 de dezembro e ficará disponível por 24 horas. Na segunda-feira (28),
às 19h, acontece também um debate com o diretor, a cineasta Cristina Amaral e o
também diretor e roteirista Thiago B. Mendonça.
Patrocínio MGS
Apoio Embaúba
“Este festival é
realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo
Horizonte”.
Projeto 9º Cinecipó, nº
0907/2018, aprovado no Edital IF 2018-2019 oriundo da Política de Fomento
à Cultura Municipal (Lei nº 11.010/2016).
Programação de
encerramento do 9º Festival Cinecipó
29/12, às 19h
Seminário
Reconquistando Territórios
mesa 3 - Reconfigurando
territórios urbanos
Thiago Torres, o Chavoso da USP,
falará sobre a reconfiguração de territórios urbanos levada a cabo por homens e
mulheres periféricos que se insurgem contra o sistema excludente. A aula de
Thiago levará em conta filmes selecionados no 9º Cinecipó e que se relacionam
com o tema da mesa, como por exemplo "Bonde" (Asaph Luccas), Egum
(Yuri Costa) e a Morte branca do feiticeiro negro (Rodrigo Ribeiro).
Sobre o palestrante
Thiago Torres tem 20 anos. É cria da
Brasilândia, Zona Norte de São Paulo, hoje mora em Guarulhos e estuda Ciências
Sociais na USP. E foi quando resolveu desabafar sobre as diferenças gigantescas
que existem entre esses dois mundos em que vive que acabou viralizando. Através
de suas redes sociais fala sobre a sua vida, suas vivências na USP e no mundo,
mas também sobre outros assuntos relacionados à política, à cultura, à
sociedade... É gay, negro, periférico, trabalhador, estudante universitário,
vegano, comunista e espírita com um pé na umbanda.
Anúncio dos filmes destacados pelo Júri
durante a live do seminário no www.cinecipo.com.br
Juri composto por:
Geni Núñez
Ativista no movimento
indígena guarani, anticolonial. Graduada em Psicologia, mestre em Psicologia
Social e doutoranda em estudos raciais e de gênero (Doutorado Interdisciplinar
em Ciências Humanas UFSC). Membro da Articulação Brasileira de Indígenas
Psicólogos (ABIPSI).
Juliano Gomes
Crítico e professor. Editor
da Revista Cinética, onde escreve desde 2010. Publicou na
Filme&Cultura, Folha, Piauí e diversos catálogos de mostras e festivais.
Foi Júri do DocLisboa, Mostra Tiradentes, Cachoeira Doc e Fronteira. Leciona
regularmente na AIC-Rio. Publicou sobre teatro na revista Horizonte da Cena e
sobre música no catálogo do festival Novas Frequências, além de apresentar dois
discos de Rômulo Fróes. Mestre em Comunicação pela UFRJ, com dissertação sobre
Jonas Mekas. Dirigiu com Léo Bittencourt os curtas "As Ondas"(2016) e
"..."(2007). Site pessoal: juliano-gomes.com
Paulo Heméritas
Professor docente de
Filosofia dos cursos de graduação em Direito, Psicologia e Pedagogia da UNESA -
Universidade Estácio de Sá dos campus de Cabo Frio e Campos dos Goytacazes -
RJ.
Doutor em
Sociologia e Mestre em Cognição em Linguagem pela UENF - Universidade
Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro.
Participa do Cine Cipó
- Festival do Filme Insurgente desde 2011 como curador e jurado.
Possui artigos
publicados em periódicos sobre o cinema ambiental e o transporte cicloviário.
É especialista em Educação Ambiental pelo IFF - Instituto Federal Fluminense.
O CINECIPÓ
O Cinecipó – Festival do Filme Insurgente –
teve sua primeira edição em 2011, na Serra do Cipó (MG). A proposta era
realizar quatro dias de cinema ao ar livre, na praça e de graça, levando
ao público filmes que não têm espaço na mídia onvencional. Até 2015, o
festival foi realizado na Serra do Cipó, Lapinha e Santana do Riacho. Também já
foram realizadas mostras em outras partes do Brasil como Pernambuco e Brasília.
O coletivo produziu exibições itinerantes no Espaço Comum Luiz Estrela,
Quilombo dos Marques, Quilombo do Palmital e em escolas públicas.
Além dos filmes, o
festival também já ofereceu oficinas e workshops nas áreas de cinema, artes
plásticas e música voltadas para a questão da sustentabilidade.
Por causa da pandemia
da COVID-19, em 2020 o festival acontece online e tem duração de um mês. Entre
os realizadores dos filmes, uma forte presença de LGBTQI+, mulheres e negros.
Serviço:
9ª edição do Festival
Cinecipó
Data: Até 28/12
Gratuito
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