Com 55 curtas e 12 longas,
divididos em quatro programas semanais, evento virtual acontece
entre os dias 30 de novembro e 28 de dezembro
Em busca de
pluralidade e diversidade, o Festival
Cinecipó, durante um mês, apresenta filmes insurgentes com o
objetivo da busca pela apreciação da diferença. Idealizado por Cardes Monção Amâncio e
Daniela Pimentel de Souza, o evento, que antes se
limitava à Serra do Cipó e Belo Horizonte, neste ano ultrapassa os
limites territoriais e tem alcance nacional com a programação
online. Na programação serão mais de 60 filmes, oficinas e
palestras que acontecem entre os dias 30 de novembro e 28 de
dezembro, gratuitamente, no site www.cinecipo.com.br.
“O festival
lida com variados fluxos de narrativas e muitas delas alcançaram
recentemente o cinema: circulavam na oralidade, estavam sob o pó de
documentos forçosamente esquecidos ou foram subsumidas por
narrativas hegemônicas”, reflete Cardes. “Por outro lado, nosso
cinema segue reavivando batalhas que ainda não foram vencidas e que
enquanto a justiça não for feita, não podem ser esquecidas. Cinema
que se ocupa em forjar a História”, complementa Daniela.
Separado em
quatro programas semanais - derivas,
vigílias, retomadas e sonhos -, compostos por
aproximadamente 15 curtas e três longas, nesta edição predominam
questões de gênero, LGTQI+ e raciais. Também se fazem presentes
temas como questões ambientais, ditadura civil-militar, ocupações
rurais e urbanas, entre outros. “A troca semanal de programas foi
uma solução para termos o público interessado no festival durante
um mês. O evento terá sempre novidades e esperamos gerar
expectativa dos próximos filmes e debates da semana seguinte”,
explica Cardes.
A coordenação da curadoria fica a critério de Cardes, Fabiana Leite e Luís
Flores e, neste ano, foi feito uma chamada para
jovens curadores de até 25 anos para participar dessa seleção. Os
jovens selecionados foram: Carina Maciel, Diego Souza,
Gabriel Araújo, Iakima Delamare, Larissa Muniz e Pedro Rena.
Em Derivas, a
programação explora o experimental e performático com filmes que
enunciam, pela relação intensa dos corpos em cena, conflitos,
afetos e inquietações, em um mundo que precisa lembrar e aprender a
olhar sem subjugar.
Na semana
de Retomadas,
produções que caminham no sentido contrário da perda de memória e
velocidade de informação/compartilhamentos dão o tom com novas
narrativas que convocam de diferentes maneiras, a palavra e a fala
- seja por meio de testemunhos, depoimentos, cartas, poemas ou
rememorações.
Com o
desejo de elaborar histórias, experiências e afetos que vão além da
lógica imagética do realismo, em Sonhos serão disponibilizados
filmes com propostas variadas que buscam compreender universos a
partir de registros sensíveis, de diferentes perspectivas
culturais, cosmológicas e/ou imaginárias.
Na mostra Vigília,
produções realizadas em prol de lutas e que refletem as emergências
dos nossos tempos, conectando a tensão com o real em imagens
cinematográficas.
O CINECIPÓ
O Cinecipó – Festival do Filme
Insurgente – teve sua primeira edição em 2011,
na Serra do Cipó (MG). A proposta era realizar quatro dias de
cinema ao ar livre, na praça e de graça, levando ao público
filmes que não têm espaço na mídia convencional. Até 2015, o
festival foi realizado na Serra do Cipó, Lapinha e Santana do
Riacho. Também já foram realizadas mostras em outras partes do
Brasil como Pernambuco e Brasília. O coletivo produziu exibições
itinerantes no Espaço Comum Luiz Estrela, Quilombo dos Marques,
Quilombo do Palmital e em escolas públicas.
Além dos
filmes, o festival também oferece oficinas e workshops nas áreas de
cinema, artes plásticas e música voltadas para a questão da
sustentabilidade.
Por causa
da pandemia da COVID-19, em 2020 o festival acontece online e tem
duração de um mês.
Serviço
9ª edição
do Festival Cinecipó
Data: 30/11 a
28/12
www.cinecipo.com.br
Gratuito |
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