RNP promove ciclo de exibições sobre a produção audiovisual indígena em parceria com o Grupo Poéticas Ameríndias

 



A Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), em parceria com o grupo de pesquisas em Poéticas Ameríndias, promove, nos meses de outubro, novembro e dezembro, o ciclo “Outros cinemas ameríndios: novos olhares sobre a produção audiovisual indígena”. Parte das atividades do  Cinemas em Rede, uma das iniciativas da RNP com a comunidade de cinemas e exibidores das universidades e institutos federais, o circuito contará com curadoria de filmes e debates com diretores, realizadores audiovisuais indígenas e pesquisadores, tendo como objetivo proporcionar a circulação de ideias e a reflexão sobre a produção audiovisual indígena recente em algumas regiões do Brasil.

O grupo de pesquisas em Poéticas Ameríndias está baseado na Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) e conta com colaboradores distribuídos por universidades e comunidades indígenas de nove estados - BA, GO, MG, RS, MT, AC, TO, SP, MS. “O ciclo é uma primeira experiência de parceria do Cinemas em Rede com o grupo de pesquisa Poéticas Ameríndias, que tem realizado excelentes publicações, exposições, filmes e outras ações de popularização e divulgação científica sobre a produção audiovisual indígena. A proposta é trazer esses olhares emergentes para o circuito de debates promovido pelo Cinemas em Rede e suas instituições participantes”, explica o gerente de Relacionamento da RNP em Cultura, Álvaro Malaguti.

Uma vez a cada mês, a programação contará com uma constelação de filmes selecionada por um curador do grupo de pesquisas Poéticas Ameríndias, a partir de uma etnia e/ou recorte temático. Além da disponibilização dos filmes, o ciclo promoverá também um debate na web (transmitido pelo Facebook do Cinemas em Rede) com realizadores indígenas da região apresentada no mês, acompanhando de um mediador e de alguns convidados.

Além disso, serão produzidos e disponibilizados materiais para mobilizar e aquecer o debate, como entrevistas com os realizadores, textos de comentários e críticas aos filmes da mostra, entre outros materiais. Os filmes estarão disponíveis nas plataformas de vídeo sob demanda e os debates serão transmitidos pelo Facebook do Cinemas em Rede, bem como pelo serviço de vídeo da RNP.

Confira a programação:

No dia 15/10, o tema será Guaranis Kaiowás e terá como curador o jornalista e doutor em antropologia (USP), Spensy Pimentel. Nos últimos dez anos, Pimentel produziu, com parceiros, diversos documentários junto aos Kaiowá e Guarani em Mato Grosso do Sul (MS), como Mbaraka, a Palavra que age (2011) e Monocutura da Fé (2018). Ao mesmo tempo, acompanhou a emergência de uma produção audiovisual própria na região, em meio ao reconhecimento nacional e internacional da luta desses indígenas pela terra - sobretudo a partir de manifestações de rua e na internet desde 2012.

Já no dia 19/10, é a vez de falar sobre Mulheres indígenas realizadoras (parceria com II Mostra Amotara - Olhares das Mulheres Indígenas). Entre as curadoras estará a professora Assistente da Universidade Federal do Sul da Bahia no campo das Artes do Vídeo, Joana Brandão Tavares. Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo, com período sanduíche na New York University (NYU), nos Estados Unidos, Joana integra os grupos de pesquisa "Poéticas Ameríndias", vinculado ao Centro em Formação em Artes/UFSB, tendo atuação como coordenadora do projeto Pelas Mulheres Indígenas, da ONG Thydêwá, com apoio da Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres da Presidência da República (SPM-PR).

Ao seu lado, estará a jornalista Olinda Muniz Wanderley. Documentarista, produtora de audiovisual, cineasta e produtora fonográfica, Olinda trabalhou como produtora de conteúdo para o projeto Índios Online e na produção de texto para o livro Índios na Visão dos Índios Pataxó Hã-hã-hãe; e para o Arco digital, uma rede para aprender a pescar; além do blogue de notícias Pau Brasil de sua autoria. Em sua trajetória, constam ainda dois curta-metragens e um longa-metragem, além de colaborações com realizações audiovisuais para TV e produções internacionais. Em 2018 idealizou o Projeto Kaapora que desenvolve atividades eco-amigáveis e sustentáveis, conservacionistas na TI Pataxó Hã Hã Hãe.

Fechando a programação, no dia 17/12, o foco será a etnia Maxakali, com o curador Bernard Belisário, professor de Cinema e Audiovisual na Universidade Federal do Sul da Bahia. Belisário é colaborador do Vídeo nas Aldeias desde 2011, atuando em oficinas de realização cinematográfica junto a comunidades indígenas no Brasil e na América Latina. Além disso, atuou como diretor de programas no Núcleo de Registro do Patrimônio Imaterial da Rede Minas de Televisão.

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