Gulp é um vídeo de animação
produzido pela equipe dos estúdios Aardman Animations juntamente com o Estúdio
Sumo. Apenas para ter uma ideia da importância dessa empresa para a linguagem
da animação, esse estúdio foi responsável pela produção do filme Fuga das
Galinhas (2000), que movimentou mais de 45 milhões de dólares.
O
projeto de animação foi encomendado pela Nokia, empresa fabricante de aparelhos
de celular, que tinha por objetivo divulgar o “Nokia smarthphone N8”.
Nessa
animação, existe um pescador que, durante o seu ofício, acaba por enfrentar uma
circunstância nada comum. Enquanto fisgava os peixes, o pescador é engolido por
um enorme tubarão. Dentro do estômago do peixe, o pescador se depara com um
ambiente escuro, no qual descobre haver uma bomba. Ao explodir, a bomba acaba
por devolver o pescador para a superfície. Posteriormente à explosão, a
animação segue a normalidade até o final do filme.
Gulp entrou para Guinness Word
Records como a maior animação em stop motion do mundo, pois
utilizou o maior cenário já realizado para uma animação realizada nessa
técnica. Geralmente uma animação quadro-a-quadro, como é conhecida a técnica do
stop motion, é realizada a partir de frames (imagens) que são dispostas em
ordem dentro de uma fração temporal.
No
caso de Gulp,
a animação foi realizada em uma praia no sudoeste do País de Gales chamada Pendine
Sands, ou seja, o espaço fotografado no stop motion foi muito maior do que uma
maquete de mesa para animação de bonecos tridimensionais ou uma perspectiva
representada em uma folha de papel em uma animação bidimensional. A animação
utilizou como suporte a própria praia da cidade.
Aqui
poderíamos estabelecer conexões entre a animação Gulp e o ensino de
artes visuais. Gulp pode permitir ao professor de arte, que trabalha no
ensino básico, a possibilidade de articular na unidade temática de artes visuais
os diversos objetos do conhecimento e habilidades em sua disciplina.
Para
isso, sugere-se aqui a utilização dos princípios da educomunicação, que visam,
dentre outras coisas, a educação por meio da utilização de tecnologia, partindo
do princípio de que é possível a uma aprendizagem coletiva e significante.
Em
Gulp,
por exemplo, o professor poderá trabalhar com contextos e práticas, quando
promover a apreciação e analise de formas distintas das artes visuais, nas
quais discutam-se aspectos de percepção, imaginário e a capacidade de
simbolizar. Poderá ainda propor aos estudantes um diálogo entre a animação
vista e o movimento da Land Art e, com isso, promoveria a pesquisa e análise de
estilos visuais variados, contextualizando-os no tempo e no espaço.
Talvez,
a grande reforma do ensino, tão esperada por muitos, aconteça quando os
educadores se conscientizarem, como já previa Paulo Freire, de que existe o
mundo de seus estudantes e que se trata de uma realidade mediada pela
tecnologia.
As
necessidades e anseios do jovem de hoje precisam ser administradas pelo
professor de forma que prolifere uma atmosfera propícia ao aprendizado
autônomo, na qual leve-se em conta a troca de experiências, o conhecimento
prévio dos estudantes, suas necessidades e seus costumes.
Gulp, portanto, é um pretexto
para discutirmos a boa educação em arte, aquela que promove, de acordo com o
professor Dr. Clóvis de Barros Filho. “a vida que vale a pena ser vivida”.
Autor:
André Luiz Pinto dos Santos é professor especialista nos cursos de Licenciatura
e Bacharelado em Artes Visuais do Centro Universitário Internacional Uninter.
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