O
consagrado fotógrafo Jorge Bispo mais uma vez abre
as portas de seu apartamento para mulheres comuns que toparam tirar a roupa à
frente de sua câmera na nova temporada de “302” –
que estreia na quinta, dia 27, na Faixa da Meia-Noite,
do Canal Brasil, e os cinco primeiros episódios já estão
disponíveis, também para não assinantes, no Canal Brasil Play.
Indo
além do corpo de cada modelo, o espectador vai explorar detalhes de suas
personalidades e de suas trajetórias de vida. O sexto ano da atração dirigida
por Helena de Castro aprofunda temas como aceitação, descoberta, libertação,
violência e preconceito.
A
personagem do primeiro programa da nova leva é bancária carioca, que mora em
Porto Alegre, Bianca. Nos 12 minutos do episódio, ela fala sobre como é ser uma
mulher negra em uma cidade majoritariamente branca, sobre como foi crescer com
um pai conservador e machista, mas com uma grande consciência de classe, e
sobre a solidão da mulher negra.
“Eu
nasci e cresci em um bairro periférico, onde eu olhava pro lado e via negros,
eu estava cercada de negros, a minha família toda é de pessoas negras. Quando
eu cheguei a Porto Alegre, eu falei para o meu namorado: ‘cadê os pretos dessa
cidade?’. E ele falou: ‘é, não tem muito’. Mas é claro: ele morava em um bairro
de classe média alta e era branco, então ele nunca se preocupou em saber onde
estavam os negros da cidade. Depois que eu me tornei uma porto-alegrense, vamos
dizer assim, foi que eu descobri que os negros da cidade eles existiam, mas
eles estavam lá na periferia. O lugar do negro é separado. No banco, hoje, eu
trabalho na érea de investimentos e atendo o segmento de alta renda. São
clientes que têm investimentos muito altos, têm uma renda maior. É um universo
que não é o meu, mas eu estou nele, eu consigo permear, de alguma forma eu
entrei nele. No segmento de alta renda, em uma cidade branca, eu devo ter uns
dois clientes negros e eu sou a única funcionária negra. A outra funcionária
negra é uma terceirizada que cuida da limpeza”, conta.
Ao
longo da temporada, o espectador conhece ainda a personalidade da andrógina
Nina, uma paulistana negra, fotógrafa amadora e poetisa; a descendente indígena
Carolina Potiguar, que deixou sua aldeia na Paraíba e viveu um relacionamento
trisal no Rio de Janeiro; Silvia, que hoje aos 61 anos lembra seu passado como
prostituta ainda na adolescência; e a fonoaudióloga Ellen, uma mulher forte
cuja liberdade plena foi alcançada apenas recentemente após terminar o
casamento com um homem destrutivo e enganador.
302 (2019) (13 x
12’)
Estreia: Quinta, dia 27/06, à meia-noite
Horário: quintas, à meia-noite
Horários alternativos: ao longo da programação
Classificação: 16 anos
Estreia: Quinta, dia 27/06, à meia-noite
Horário: quintas, à meia-noite
Horários alternativos: ao longo da programação
Classificação: 16 anos
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