Os bacharéis que fizeram a República em 1889 viveram um sentimento bastante difundido de remorso em relação à própria atuação histórica, numa situação verdadeiramente edipiana, de revolta de filhos contra pais. Esta é a análise central do livro O patriarca e o bacharel, de Luís Martins, um livro publicado originalmente em 1953 e elogiado por grandes nomes da cultura brasileira, que a editora Alameda relança agora.
O livro retrata como os homens que fizeram a República passaram a questioná-la ou, até, tornaram-se defensores da monarquia e de D. Pedro II. Martins usa como fonte álbuns e documentações privadas e livros de republicamos de primeira hora, além de recorrer a Gilberto Freyre e às idéias de Freud para analisar a política brasileira num momento crucial. Para Martins, D. Pedro II, com sua imensa barba, representou a figura do pai e do patriarca conservador, contra a qual se insurgiram os jovens e rebeldes bacharéis republicanos, filhos da sociedade patriarcal. Os representantes da República atacam e, simbolicamente, matam Dom Pedro II, vivendo, depois, o sentimento de remorso.
O patriarca e bacharel realiza uma leitura eclética de um momento central para a história do país e de suas elites, combinando, com raro talento de escritor (Luís Martins foi jornalista, romancista e crítico de arte), sociologia, história e psicanálise.
Sobre o autor: O carioca Luís Martins (1907-1981) foi jornalista, poeta, romancista e crítico de arte. Perseguido pelo Estado Novo após a publicação do romance Lapa (1936), mudou-se para São Paulo em 1940. Por 35 anos, foi cronista do jornal O Estado de S. Paulo, onde se tornou conhecido como LM, iniciais que usava para assinar textos.
O livro retrata como os homens que fizeram a República passaram a questioná-la ou, até, tornaram-se defensores da monarquia e de D. Pedro II. Martins usa como fonte álbuns e documentações privadas e livros de republicamos de primeira hora, além de recorrer a Gilberto Freyre e às idéias de Freud para analisar a política brasileira num momento crucial. Para Martins, D. Pedro II, com sua imensa barba, representou a figura do pai e do patriarca conservador, contra a qual se insurgiram os jovens e rebeldes bacharéis republicanos, filhos da sociedade patriarcal. Os representantes da República atacam e, simbolicamente, matam Dom Pedro II, vivendo, depois, o sentimento de remorso.
O patriarca e bacharel realiza uma leitura eclética de um momento central para a história do país e de suas elites, combinando, com raro talento de escritor (Luís Martins foi jornalista, romancista e crítico de arte), sociologia, história e psicanálise.
Sobre o autor: O carioca Luís Martins (1907-1981) foi jornalista, poeta, romancista e crítico de arte. Perseguido pelo Estado Novo após a publicação do romance Lapa (1936), mudou-se para São Paulo em 1940. Por 35 anos, foi cronista do jornal O Estado de S. Paulo, onde se tornou conhecido como LM, iniciais que usava para assinar textos.
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