O filme “CAIAM AS ROSAS BRANCAS!”, da premiada diretora argentina Albertina Carri, estreia nos cinemas brasileiros a partir de 15 de maio. Com uma narrativa ousada e sensorial, o longa é protagonizado exclusivamente por mulheres e conta com uma equipe técnica majoritariamente feminina — uma escolha que marca não apenas a estética da obra, mas também sua potência política e afetiva.
Descrito como um road movie queer com elementos de erotismo, fantasia e mistério, o filme acompanha uma jornada marcada por profundas transformações — tanto nas personagens quanto na forma de se contar histórias. O longa entra em cartaz nas cidades de Foz do Iguaçu, Niterói, Recife, São Paulo (em quatro salas), e Vitória, ampliando o alcance de uma produção que propõe novas formas de sentir, narrar e ocupar o cinema.
Este é o sétimo longa-metragem dirigido por Albertina Carri, conhecida por obras como As Filhas do Fogo (2018). Em Caiam as Rosas Brancas!, acompanhamos a história de uma cineasta que, após dirigir um filme pornô amador com um grupo de amigas e fazer sucesso, é convidada a realizar uma produção erótica profissional. No entanto, conflitos pessoais com o conceito do projeto a impedem de finalizar as filmagens. Ela então foge com as colegas para o Brasil, onde acabam em um lugar misterioso que amplia suas percepções e provoca novas formas de ver e sentir o mundo.
"OU INVENTAMOS OU FRACASSAMOS"
Reconhecida por narrativas que rompem com o convencional — como em Géminis (2005) —, Albertina Carri afirma que parte do conceito decolonial proposto pelo filósofo venezuelano Simón Rodríguez, em 1828, para criar um projeto arriscado.
“Embarcamos em um território misterioso e, usando gêneros cinematográficos como estruturas para a metamorfose à qual nossas crisálidas são expostas, criamos raízes em novas questões”, afirma a diretora.
Segundo Carri, a própria estrutura do filme foi moldada pela jornada de descobertas dessas mulheres:
“As mutações das personagens forçam a narrativa a acompanhar essa metamorfose com a cadência de qualquer processo orgânico. Como o verme que se alimenta, depois se enrola em seda e se transforma em um inseto completamente diferente — uma borboleta que não pode voar. Até que voa.”
O novo longa marca a segunda parceria de Albertina com a atriz Carolina Alamino, que também protagonizou As Filhas do Fogo (2018), interpretando uma personagem, curiosamente, com o mesmo nome: Violeta.
Caiam as Rosas Brancas! herda parte do elenco e da equipe técnica daquele projeto, que também explorava a união de um grupo de mulheres e a criação de um filme pornô como ponto de partida para outras transformações.
O elenco conta ainda com a argentina Laura Paredes, conhecida por suas atuações em La Flor (2018) e Argentina, 1985 (2022); a espanhola Luisa Gavasa, veterana do cinema europeu, que integrou o elenco de Maus Hábitos (1983), de Pedro Almodóvar; e a brasileira Renata Carvalho, atriz e militante trans, reconhecida por seus papéis em Os Primeiros Soldados (2021) e Salomé (2024).
Caiam as Rosas Brancas! será lançado nos cinemas brasileiros pela Boulevard Filmes, em codistribuição com a Vitrine Filmes.
O lançamento conta com o apoio do Governo do Estado de São Paulo, da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, do Governo Federal e do Ministério da Cultura, por meio da Lei Paulo Gustavo.
SINOPSE
Violeta é uma jovem diretora de cinema que fez um filme pornô amador lésbico com um grupo de amigas. Após o sucesso do projeto, ela é contratada para dirigir um pornô popular. No entanto, suas ideias cinematográficas e sexuais sobre sistemas de gênero a impedem de concluir as filmagens, e ela foge com sua equipe de Buenos Aires para São Paulo. Sua jornada a leva a uma ilha misteriosa onde o cinema se dissolve e a vida se torna a única história possível.
A DIRETORA
Figura fundamental do cinema latino-americano contemporâneo, Albertina Carri nasceu em 1973, em Buenos Aires, onde se formou em roteiro. Sua obra passeia por gêneros e materiais, sempre trazendo questões sociais. Ela dirigiu os filmes “No Quiero Volver a Casa (2000)”; “Los Rubios” (2003), que ganhou três prêmios no Festival de Buenos Aires (BAFICI); “Géminis” (2005); “La Rabia” (2008), premiado nos festivais de Havana, Monterrey e Transilvânia; “Cuatreros” (2017), que estreou no Festival de Berlim e ganhou o prêmio de melhor documentário da Associação de Críticos da Argentina; e “As Filhas do Fogo” (2018), exibido em Roterdã e San Sebastián. Carri teve sua filmografia homanegeada em 2024, no festival Cinelatino, em Toulouse, na França, e em abril de 2025, pela Cinemateca da Catalunha, na Espanha.
Sua obra vai além de sua filmografia. Ela reimagina materiais cinematográficos investigando o poder do som e do movimento em instalações audiovisuais como Operación Fracaso y el Sonido Recobrado (Buenos Aires, 2015), Animales Puro (Buenos Aires, 2016) e Cine Puro (Berlim, 2022). Na mesma linha, Carri incorpora a escrita em sua obra, abrangendo tanto poesia quanto prosa. Publicou Los Rubios: Cartografía de una Película (2007-2024), Retratos Ciegos (2021), Lo que Aprendí de las Bestias (2021) e Las Posesas, coescrito com Esther Díaz (2022).
CAIAM AS ROSAS BRANCAS! é seu sétimo longa-metragem.
ELENCO
Carolina Alamino, Rocío Zuviría, Mijal Katzowicz, Luisa Gavasa, Maru Marcet, Renata Carvalho,
Laura Paredes, Valeria Correa,
Ficha Técnica
Direção: Albertina Carri
Roteiro: Albertina Carri, Agustín Godoy e Carolina Alamino
Empresas produtoras: Gentil Cine (Argentina), El Borde (Argentina), Quarta-feira Filmes (Brasil) e Doxa Producciones (Espanha).
Duração: 123 min
Distribuição no Brasil: Boulevard Filmes
Codistribuição no Brasil: Vitrine Filmes
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