Crítica Filme "Coringa: Delírio a Dois" por Rita Vaz

Estreia nesta quinta-feira, um dos filmes mais aguardados do ano, “Coringa: Delírio a Dois” dirigido pelo cineasta Todd Phillips, que também dirigiu o primeiro “Coringa”, “Cães de Guerra” e outros mais.

No novo filme, acompanhamos a sequência do longa sobre Arthur Fleck (Joaquin Phoenix), que trabalhava como palhaço para uma agência de talentos e sempre lutou com seus problemas mentais.

Vindo de uma origem familiar complicada, sua personalidade o fez ser demitido do emprego, e, numa reação a essa e tantas outras infelicidades em sua vida, ele assumiu uma postura violenta, e se tornou o Coringa.

A continuação se passa depois dos acontecimentos do filme de 2019, após ser iniciado um movimento popular contra a elite de Gotham City, revolução esta, que teve o Coringa como seu maior representante.

Preso no hospital psiquiátrico de Arkham, ele acaba conhecendo Harleen "Lee" Quinzel (Lady Gaga). A curiosidade mútua acaba se transformando em paixão e obsessão e eles desenvolvem um relacionamento romântico e doentio.

Enquanto eles embarcam nessa paixão alucinada, o julgamento de Arthur acontece, o que impacta a vida de todos, inclusive dos cidadãos de Ghotam City.

Afinal quem matou Murray Franklin, Arthur Fleck ou Coringa?

“Coringa: Delírio a Dois” é um ótimo filme, feito para os fãs da franquia, para os fãs do personagem Coringa, e para os fãs de Arlequina.

Em uma história onde uma pessoa luta para saber se é uma ou se é duas, onde descobre que o amor pode ser uma razão para viver, muitas coisas podem acontecer, e nesse caso, de um modo nada convencional.

O longa é bastante violento em vários níveis. Tem violência física, mental, visual e auditiva.

Vou explicar: os momentos de violência física incluem brigas, perseguições, torturas, espancamentos; o mental fica por conta das lembranças e das possibilidades dos protagonistas; o visual é porque assistimos a muitos desses exemplos na telona; e o auditivo é por conta do que não vemos, mas, ouvimos, e também pela brilhante trilha sonora, que em alguns momentos se faz dissonante e em outros desafinada.

Joaquim Phoenix novamente personifica o Coringa, de uma forma única. Ele traz a mesma interpretação, os mesmos trejeitos corporais e faciais, de uma forma que nos remete ao primeiro filme, instantaneamente.

Lady Gaga está ótima em sua Arlequina, fazendo dela única também. E é muito fácil entender o porquê dela ter sido chamada para o papel, já que suas interpretações musicais são sempre especiais.

Mas, para mim, nem mesmo a potência dela tirou o protagonismo de Joaquim Phoenix da tela. Em todos os momentos em que os dois aparecem juntos, nosso olhar se fixa nele, o tempo todo.

O diretor Todd Phillips conseguiu fazer desse roteiro, algo completamente diferente do que estamos acostumados a ver.

Primeiro, ele respeita um personagem como o Coringa, que é violento, é um psicopata, e o lê pelo viés da psiquiatria.

Segundo, ele utiliza o gênero musical para expandir os momentos de loucura do Coringa, naqueles momentos de delírio absoluto, ele entra na cabeça do personagem e retrata a sua loucura de uma forma sensível, e em algumas cenas, de uma forma brilhante.

Quanto à direção de arte, só elogios, que ambientes cheios de informações! A trilha sonora é um caso à parte, excelente, e encaixa perfeitamente nos momentos que entra em ação. A maquiagem mais uma vez está excelente, o aspecto físico do Coringa é impactante.

“Coringa: Delírio a Dois” é um filme para adultos que vão ao cinema, sabendo o que vão assistir na telona, pois, se a ideia do diretor era mexer com o espectador, ele acertou precisamente, o longa é perturbador do começo ao fim. Recomendo muito!

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