Estreia nesta quinta-feira, o filme “Back to Black” dirigido pela cineasta Sam Taylor-Wood, que tem em seu currículo longas como “O Garoto de Liverpool” e “Cinquenta Tons de Cinza”.
Nesta cinebiografia sobre a cantora Amy Winehouse (Marisa
Abela), conhecemos alguns vieses particulares da vida da cantora, desde sua ascensão
precoce à fama, até o lançamento de seu inovador álbum de estúdio, “Back to
Black”.
Contado a partir da perspectiva de Amy, o filme traz um
olhar sem apologias da mulher por trás do fenômeno, e do relacionamento que
inspirou um dos álbuns mais lendários de todos os tempos.
Mesmo sabendo do final trágico e prematuro da vida da
cantora, que morreu com 27 anos, e revivendo lembranças relativamente recentes
de sua carreira, queremos conhecer os bastidores da história, e tentar entender
por que isso aconteceu.
No filme conhecemos uma Amy passional, com tendências viciosas,
em vários aspectos, como o uso de álcool, e o de relacionamentos tóxicos.
Apesar de seu foco na música, em fazer o que realmente gosta
e não dar importância ao dinheiro, ela tinha comportamentos obsessivos,
violentos e autodestrutivos.
Mesmo com toda essa carga emocional, ela conseguia se “segurar”,
mas, foi a partir de um relacionamento tumultuado com Blake (Jack O'Connell), que
ela se entregou de vez às drogas.
Logo no começo da história, ficamos sabendo através da
própria Amy, que a música que ela faz, é a música que ela vive, e ela não conseguiria
escrever diferentemente.
Então, percebemos ao longo da trama, que a diretora Sam
Taylor-Wood, tem em suas músicas e suas tatuagens (já explico) o fio condutor
do longa. Cada tatuagem que ela fazia, era uma marca, uma cicatriz de um
momento importante de sua vida.
As músicas são espetaculares, e alinhadas ao longo da trama,
fazem com que consigamos entende-las (as música e a própria Amy) de uma maneira
muito mais simples. São músicas como “Rehab” e “Back to Black” que encantam a
plateia.
A atriz Marisa Abela é o grande trunfo desse filme, ela atua
e canta muitíssimo bem, tem uma presença forte em cena, dando o peso necessário
para um personagem como esse. Sabemos que é até fácil, fazer uma pessoa ficar
parecida com Amy Winehouse, já que ela tinha um visual muito característico,
mas, são os movimentos corporais, são os gestos e as expressões faciais que
foram muito bem estudadas pela atriz, que fizeram a personagem ficar tão boa.
Somente “uma coisa” me incomodou no longa, não houve um
aprofundamento na responsabilidade do pai, da família e do ex-namorado sobre o
que acontecia com ela. Ela vivia bêbeda, drogada, sofria de bulimia, muitas
vezes ficava sozinha, e ninguém fez nada. Acredito que alguns dedos apontados seriam
bem vindos na trama.
“Back to Black” é um filme que tem uma responsabilidade
muito grande com os fãs da cantora, que aguardavam ansiosos por essa
cinebiografia, pois, Amy está aí, na memória recente de milhões deles. E a meu
ver, cumpre seu papel no tocante ao que é importante ser mostrado. Recomendo muito.
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