Crítica Filme "Mussum - O Filmis" por Rita Vaz

 

Estreia nesta quinta-feira a cinebiografia “Mussum – O Filmis”, sob direção do cineasta Silvio Guindane, (ator, roteirista em “Barba, Cabelo & Bigode” de 2022), baseado no livro “Mussum - uma história de Humor e Samba” de Juliano Barreto.

É um grato prazer assistir a “Mussum, o Filmis”, que traz um relato da cultura popular brasileira recente, uma boa parte da nossa história, que foi vista pela televisão, ouvida pelos rádios e lida nas revistas da época.

A trama mostra a história real sobre a vida e trajetória de Antônio Carlos Bernardes Gomes, popularmente apelidado de Mussum, interpretado, no filme, pelo ator Ailton Graça (Carandiru, Travessia).

Ela mostra a sua infância pobre, onde ele era chamado somente por Carlinhos (Thawan Lucas) pela sua mãe Malvina (interpretada por Cacau Protásio, nessa fase), que era empregada doméstica; sua vida de jovem adulto sendo militar (Yuri Marçal) e despertando para seu lado musical; e o adulto Mussum que ficou conhecido por ter se tornado um dos maiores humoristas do Brasil.

Além de participar do grupo musical Os Originais do Samba, ele encontrou seu caminho para a fama na televisão após se unir ao famoso quarteto Os Trapalhões, formado por, além dele, Renato Aragão (Gero Camilo), Dedé Santana (Felipe Rocha) e Zacarias (Gustavo Nader).

O roteiro é ótimo em colocar essa história na tela, de uma forma orgânica e positiva de se ver. Em todos os momentos o personagem sorri em cena, mostrando que o multiartista Antônio Carlos Bernardes Gomes, era muito parecido com o que imaginávamos dele, uma pessoa alto astral, bem-humorada, no melhor dos sentidos e da paz.

Além de toda uma vida que não conhecíamos, o filme nos mostra também, como esse homem teve que fazer escolhas na vida, muitas escolhas (que você vai ver no filme), mas, que talvez a maior delas, foi abdicar de muitas vivências familiares, para abraçar a arte. E que abraço hein!!!

Na história também aparecem outros artistas em cena, super famosos e que fizeram parte da carreira de Mussum, como Elizeth Cardoso, Elza Soares, Jorge Ben Jor, Chico Anísio, Grande Otelo, os integrantes de “Os Trapalhões”, os integrante do grupo “Originais do Samba”, todos absolutamente bem interpretados, dando mais um quentinho no coração.

O filho do Mussum, Antônio Carlos Júnior, o Mussunzinho, também está no filme, uma bela homenagem, dentro dessa homenagem.

Os filmes nacionais estão cada vez melhores, e falo isso por conta da qualidade cinematográfica, como um todo, são os diretores, os atores, os roteiros, e muito do (estou falando a partir do meu olhar, é claro) do áudio! Como faz diferença esse som, essa trilha sonora, esses canais bem-produzidos e ajustados em um projeto desse porte, que é o cinema.

“Mussum – O Filmis” está de parabéns pela sua alta qualidade em todos os sentidos.

Se você for ao cinema assistir a esse filme, pode ter certeza, de que você vai sair de lá muito alegre, tanto pela bela história que vai conhecer de um artista brasileiro, de primeira grandeza, quanto pela qualidade cinematográfica. E pode ter certeza, vai ficar com a trilha sonora na cabeça, por muito tempo!

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