O que o passado tem a nos dizer e alertar sobre o
presente? Como a história pode nos ensinar a não repetir os erros e horrores
das outras gerações? Perguntas como essas são instigadas pelo documentário UM POUCO DE MIM, UM POUCO DE NÓS,
de André Bushatsky, que chega aos cinemas nacionais no dia 7 de setembro, com
produção assinada pela Bushatsky Filmes. Neste release, confira pôsteres e
trailer oficiais do filme.
O longa começa com uma judia alemã que fugiu
ao primeiro sinal de que algo de muito errado estava por vir. E segue para
histórias de quem se escondeu na floresta, fugiu para outro país, debaixo do
subsolo, em um cômodo. Encontramos aqueles que contaram com uma mão amiga, que
arriscaram vida e família ajudando os perseguidos pelo regime e os Partisans,
guerrilheiros prontos para sabotar o exército alemão. Há os que foram para o
campo de concentração e tiveram a sorte de sobreviver, mas, mesmo assim,
tiveram que se reerguer em outro país, sem dinheiro, sem ajuda, com outra
língua e cultura. O filme conta com depoimentos dos jornalistas Pedro Bial e
Caio Blinder, do filósofo Mário Sérgio Cortella e da economista e professora
Claudia Costin.
A partir dessa narrativa traçada por
depoimentos de sobreviventes que se radicaram no Brasil, o documentário medita também
sobre o nosso presente, seja na questão do surgimento de líderes extremistas
quanto na situação de refugiados e imigrantes na atualidade, e sobre o mundo
que queremos construir.
“Falamos a respeito dos sobreviventes de uma
Europa dos anos 1930/40, cheia de autocratas e ditadores, ao mesmo tempo que
dialoga com repressões que assolaram o mundo nos anos seguintes e chega até
hoje, com o crescimento dos extremistas. Parece que não nos cansamos de ver
tragédia. Povos sendo dizimados, refugiados atravessando os mares numa jangada”, explica o diretor.
Colocando-se também em primeira pessoa no
documentário, Bushatsky se apresenta como investigador sobre as dinâmicas
pessoais e as questões políticas que levaram à ascensão do nazismo na Alemanha
do século XX e o extremismo contemporâneo, e, dessa forma, questiona o passado
para tentar iluminar o presente.
“O filme nasceu da vontade de saber mais
sobre as minhas origens. Explorar os caminhos que me fizeram chegar aqui. Meus
avós maternos fugiram da Áustria. Minha avó Erika, morou em um gueto na China,
meu avô Erich fugiu por diversos países até que conseguiu vir para o Brasil.
Meu avô conseguiu o visto devido ao embaixador Luiz Martins de Souza Dantas.”
Nas entrevistas, Bushatsky se deparou com
histórias fortes, aquelas que tanto vemos em filmes e livros sobre o
Holocausto, mas que estavam sendo contadas ali, na frente de sua câmera, pelas
pessoas que as vivenciaram. “Tinha emoção, lágrimas, mas todos fizeram questão
de contar, falar e passar para a frente a mensagem de que se aconteceu uma vez,
pode acontecer de novo e essa memória não pode ser esquecida jamais”, relata o
cineasta.
Essa proximidade com as pessoas entrevistadas
surgiu por conta daquilo que o documentarista define como “um processo artesanal”. “Reunia a equipe, geralmente aos
finais de semana, e fazíamos uma ou duas diárias de filmagem. Visitávamos os
personagens, com calma, dando tempo para a conversa acontecer e a emoção falar.
Aí passava um tempo, fazíamos mais uma entrevista até que conseguimos todo
material. No paralelo, começamos a montagem do filme. São histórias muito
fortes que precisam decantar antes de serem contadas.”
Ele confessa que, por meio do filme,
confirmou “a tremenda e inigualável perseverança e resiliência dos
sobreviventes. A vontade de viver perante a tragédia. E que, sim, estavam
diante do horror.”
Sinopse
O diretor André Bushatsky revisita a Segunda
Guerra Mundial pelos depoimentos de sobreviventes do Holocausto que conseguiram
escapar do pesadelo nazista e reconstruíram suas vidas no Brasil. E com a ajuda
de jornalistas e estudiosos, procura esclarecer porque a História tem o pendor
para a repetição e o que podemos fazer em sociedade para garantir que os mesmos
erros não se repitam.
Ficha Técnica
Produção: Bushatsky Filmes
Direção e Roteiro: André
Bushatsky
Produção Executiva: André
Bushatsky e Pedro Alves
Direção de Produção: Renato
Sacerdote
Direção de Fotografia: Alan
Fabio Gomes
Montagem: Heloisa
Kato e Jonathan Mendonça
Assistente de
Fotografia: Murilo Perches
Pesquisa: Sarita
Sarue
Assistente de Produção:
Thais Bugelli
Som Direto: Douglas
Gonçalves
Trilha Original:
Tami Belfer
Edição de Som e
Mixagem: Eric Ribeiro Christani, A3pS
Stills e Making of: LH
Simonetti
Design:
Índio San
Gênero:
documentário
País:
Brasil
Ano:
2023
Duração:
72 minutos
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