Com distribuição da Pandora Filmes e
lançamento exclusivo nos cinemas para o dia 31 de agosto, ITHAKA: A LUTA DE ASSANGE
tem ao centro o ativista australiano Julian Assange, o preso político mais famoso
da atualidade, cuja condenação nos EUA coloca em xeque a liberdade de imprensa
no mundo todo. O documentário acompanha a luta de seu pai, John Shipton, na
tentativa de salvar seu filho.
Nascido na Austrália, Assange fundou o
Wikileaks, em 2006, que, em 2010, divulgou, entre outros, documentos secretos
do Exército Americano sobre a Guerra do Afeganistão. Desde então, o ativista,
preso em 2019, quando morava no Equador, após pedir asilo político no país,
está na prisão de segurança máxima de Belmarsh, na Inglaterra, enquanto, até
hoje, os EUA seguem em busca da extradição.
A ideia do filme partiu do meio-irmão de
Julian, o produtor Gabriel Shipton, que procurou Lawrence com a proposta do
filme. “O conceito do
documentário era acompanhar o pai deles pelo mundo enquanto fazia campanha pela
liberdade de Julian. Gabriel visitou Julian pela primeira vez na prisão de
Belmarsh em 2019 e ficou tão impressionado com a terrível condição em que
Julian se encontrava que decidiu começar o processo de contar sua história como
um documentário. Então, quando cheguei no filme, no final de 2020, eles já
haviam começado a filmar seis meses antes.”
Foi o próprio Gabriel, que divide os créditos
de produção com Adrian Devant, irmão da esposa da Assange, Stella Devant, que
convenceu a família a se abrir diante das câmeras e contar sua história e a de
Assange. “Com o apoio dele,
pudemos nos aproximar dos familiares, em especial de John. Também creio que a
maneira observacional pela qual construímos o filme ajudou na atmosfera de confiança
e produziu um ambiente no qual pudemos filmar reuniões familiares e momentos
íntimos”, disse o cineasta em entrevista.
O documentarista aponta que, para ele, a
ideia essencial do filme era apresentar John como uma figura muito humana em
meio ao caos que sua vida se transformou com a prisão de Assange. Há momentos,
por exemplo, em que o pai do ativista opta por não responder perguntas, algo
que Lawrence não vê exatamente como um problema.
“Essa opção é tão reveladora quanto uma
resposta detalhada e prolixa. O importante é que essas perguntas foram feitas.
Em alguns aspectos, as perguntas que John não respondeu e os sentimentos por
trás delas seriam diminuídos por palavras. Essas questões de conexão familiar -
são questões complexas e profundas. Então, como começamos a realmente
expressá-los plenamente? Acho que foi importante ver John se irritar com minhas
perguntas. Foi um processo difícil, mas é importante dizer que muitas vezes ele
acabava de chegar em casa depois de uma dúzia ou mais de entrevistas e só via
seu filho à distância do outro lado do tribunal.”
Lawrence, por fim, aponta que Assange pagou
um alto preço por seu trabalho. “Nesse
tempo em que acompanho de perto sua história, percebi um aumento acentuado no
apoio a ele e ao seu trabalho, o que é encorajador. Eu realmente não acho que
haja qualquer pessoa de renome que acredite que sua acusação deva continuar.
Todos os principais jornais globais pediram sua libertação. Um número alto de
líderes mundiais também. Milhões de pessoas em todo o mundo estão pedindo
ativamente por sua libertação e todos os principais grupos globais de direitos
humanos e imprensa livre estão pedindo o fim de seu processo.”
ITHAKA: A LUTA DE ASSANGE tem recebido excelente acolhida por onde passa. Peter
Bradshaw, do The Guardian, diz que o longa “é
de partir o coração”, e a crítica australiana Margaret Pomeranz
classifica o filme como “uma
obra valiosa e importante, e completamente fascinante”.
Sinopse
A batalha pela liberdade de Julian Assange
vista por uma dimensão pessoal no retrato de um pai lutando para salvar seu
filho.
Direção: Ben Lawrence
Roteiro: Ben Lawrence
Produtores: Adrian Devant, Gabriel Shipton
Com: John Shipton, Stella Moris, Nils Melzer, John Pilger, Ai Weiwei, Vivienne Westwood
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