“Bleed, Don’t Die” é o segundo curta da cineasta selecionado para o mercado do festival; pernambucana estará no evento que ocorre em maio, na França
A atriz e diretora Vitória Vasconcellos estará em
Cannes com o curta-metragem “Bleed, Don’t Die” (Sangra, Não Morre), que
foi selecionado para a exibição no mercado do festival. É a segunda vez que a
pernambucana marca presença no evento; em 2021 ela esteve na França com seu
primeiro trabalho profissional, “Pathei Mathos”. Nesta edição a cineasta
se junta a Cleber Mendonça Filho como únicos representantes do estado no
catálogo oficial.
- Ser selecionada novamente do mercado de Cannes é um
privilégio enorme e uma oportunidade única de compartilhar meu trabalho,
fortalecer conexões interacionais e aprender com as inúmeras obras do
multiverso que é Cannes. Nosso curta foi feito por um pequeno grupo de
recém-formados e gravado entre uma floresta e a pequena sala da minha casa, e
poder estar com ele no maior mercado de cinema do mundo, discutindo projeto do
longa, é uma conquista pra gente – acrescenta Vitória.
De gênero fantástico, a trama acompanha duas irmãs que
tentam consertar seu relacionamento conturbado no dia em que o mundo vai
acabar. Para a atriz e diretora, o que parece ser o fim, pode ser a
oportunidade para o recomeço
- O fantástico tem essa força para debater elementos
humanos que tentamos esconder de forma sutil. Queremos mostrar que as vezes o
primeiro passo para “salvar” o mundo é curar as feridas que dividimos com
aqueles que amamos. Nos inspiramos no poema medieval “Perceval”, que fala sobre
a morte e a vida que vem da cura. É algo que sempre existiu, mas que ficou
escancarado com tudo que aconteceu nos últimos anos – acrescenta.
O filme surgiu quando Vitória foi uma das 20 cineastas
emergentes selecionadas para o Laboratório de Desenvolvimento do Festival
Internacional de Cinema de Toronto (TIFF). A produção conquistou o prêmio “TIFF
Canadá Goose Share Her Journey” e fez da cineasta a embaixadora do prêmio em
2022.
- Apesar do projeto ser uma co-produção EUA e Canadá,
trata-se de uma produção dirigida por uma nordestina de Recife. Gosto de
enfatizar isso porque quero que meu trabalho represente que, assim como a gente
fala em Recife, “quem tem limite é munícipio”. Que nós nordestinos podemos
ocupar todos esses espaços que parecem inalcançáveis. Estou no começo de uma
carreira que não existiria sem os artistas do nordeste, que romperam barreiras
internacionais e nos mostraram que é possível sonhar além. Por isso eu trabalho
para que minha voz se junte a esse coro, e fortaleça ainda mais nosso Nordeste
– finaliza.
Assiste o trailer de “Bleed, Don’t Die” - https://vimeo.com/vitoriavasconcellos/bddteaser
Mais informações sobre Vitória Vasconcellos em https://www.instagram.com/vasconcellosvic/
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