Nesta efeméride, restabelece-se a parceria entre o É Tudo Verdade e a
Cinemateca Brasileira para na realização da Conferência. A história do simpósio
desenvolveu capítulos essenciais na instituição, sempre estimulando o
intercâmbio de ideias e experiências entre participantes com vinculações
diversas com o documentário.
As trajetórias do argentino Andrés Di Tella e do brasileiro Joel Zito Araújo
combinam obras não ficcionais marcantes e sólidas contribuições acadêmicas. Um
círculo de certa forma se completa quando lembramos que a primeira participação
de Di Tella na Conferência se intitulava “O Documentário e Eu” e seu retorno
acontece para a apresentação de um original filme-performance chamado
“Diários”. Vencedor da competição brasileira de longas-metragens do festival em
2001 com o seminal “A Negação do Brasil”, a volta também de Araújo é um convite
à nova reflexão sobre os avanços e recuos na produção audiovisual
afro-brasileira nestas duas décadas.
As homenagens do É Tudo Verdade 2023, ao cineasta brasileiro Humberto Mauro
(1897–1983) e ao franco-suíço Jean-Luc Godard (1930–2022), são iluminadas por
mesas com três dos maiores especialistas sobre as obras celebradas. Sheila
Schvartzman e Eduardo Morettin abordam a produção documental do diretor
mineiro, a partir da curadoria especial para o ciclo programado. Autor de três
volumes sobre Godard, entre sua extensa bibliografia, o francês Michel Marie
contextualiza a criação
da série “História(s) do Cinema” (1987–1998)”.
Dia 13 de abril
MESA 1 - 10h
História(s) do Cinema,
de Jean-Luc Godard
Michel Marie
As Histórias(s) do Cinema são consideradas a obra-prima da última parte da
carreira de Jean-Luc Godard, mas é também uma obra particularmente complexa
cuja produção durou cerca de dez anos e cuja gênese remonta mesmo aos anos
1970. As formas e os conteúdos dos episódios foram constantemente retrabalhados
pelo cineasta ao longo da criação da obra. São histórias múltiplas, complexas e
muito subjetivas.
Michel Marie
Professor emérito da Universidade de
Paris 3/Sorbonne Nouvelle, onde lecionou de 1972 a 2011. Suas áreas de
especialização são a história do cinema francês, em particular o cinema mudo e
La Nouvelle Vague. É autor de diversos livros sobre Jean-Luc Godard, entre eles
A Nouvelle Vague e Godard.
MESA 2 - 14h30
A Negação do Brasil –
20 anos depois
Joel Zito Araujo
(remoto)
Mediação: Mariana Queen
Nwabasili
A emergência de um cinema negro brasileiro na última década traz novos olhares,
novos protagonistas, novos conceitos e um lugar de fala cada vez mais demarcado
no documentário brasileiro. Essa novidade é fonte de tensão e inibição, ou de
renovação para os e as documentaristas como um todo?
Joel Zito Araujo
Diretor, roteirista, produtor, conhecido
por tematizar o negro na sociedade brasileira, sua obra documental inclui, além
de A Negação do Brasil, os documentários Cinderelas, Lobos e um Príncipe
Encantado (2009), Raça (2013) e Meu Amigo Fela (2019).
Mariana Queen Nwabasili
Jornalista e pesquisadora, doutoranda e
mestra em Meios e Processos Audiovisuais pela USP, pesquisa autorias,
representações e recepções cinematográficas vinculadas a raça, gênero, classe e
(de)colonialidade nos cinemas nacional e internacional.
Dia 14 de abril
MESA 3 - 10h
Revisitando Humberto
Mauro Documentarista
Sheila Schvarzman
Eduardo Morettin
Os mais de 300 filmes dirigidos por Humberto Mauro, do período varguista aos
anos 1970 são pouco conhecidos. O seu resgate material e o estudo de sua obra
iluminam aspectos significativos do fazer cinematográfico, da história e da cultura
brasileiras.
Sheila Schvarzman
Professora da Pós-Graduação em
Comunicação da Univ. Anhembi Morumbi.
Autora de Humberto Mauro e as Imagens do Brasil (2004), organizou com Fernão
Ramos a Nova História do Cinema Brasileiro (2018).
Eduardo Morettin
Professor da USP e diretor do CINUSP
"Paulo Emilio". É autor de "Humberto Mauro, Cinema,
História" (SP, Alameda Editorial, 2013) e organizador, dentre outros
trabalhos, de “A recepção crítica de Glauber Rocha no exterior (1960 – 2005)” (SP,
ECA/USP, 2020).
MESA 4 - 14h30
Diarios - Uma série de
Andrés Di Tella
Andrés Di Tella
O diretor argentino apresenta 9 filmes da série “Diários”, um projeto em
andamento que compreende peças breves com durações que vão de um minuto a meia
hora, que incorporam imagens feitas com celular, arquivo pessoal e material
encontrado, e retratam incidentes da vida cotidiana, memórias, retratos de
amigos, crônicas de viagem, leituras e canções.
Andrés Di Tella
Cineasta, escritor e curador. Dirigiu La
televisión y yo, Fotografías, Hachazos, 327 cuadernos y Ficción privada, entre
outras. Também publicou dois livros: Hachazos y Cuadernos. É atualmente
professor convidado na Universidade de Harvard.
Serviço
20ª Conferência
Internacional do Documentário
Inscrições a partir de
4 de abril pelos sites www.cinemateca.org.br e
Vagas limitadas.
Dias 13 e 14 de abril de 2023
Das 10:00h às 16:30h
Ingressos gratuitos/ Sujeito à lotação
da sala.
Para receber o certificado de
participação será preciso comparecer a todas as atividades da Conferência.
Local: Cinemateca
Brasileira - Largo Senador Raul Cardoso, 207
Não há estacionamento
no local.
Estação de metrô mais próxima: Hospital
São Paulo – Linha 5 – Lilás
Telefone: (11) 5906-8100
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