Depois de ser exibido em 36 Festivais de todo o mundo,
e receber 27 prêmios MATO
SECO EM CHAMAS, dirigido por Adirley Queirós e
Joana Pimenta, ganha data de estreia nacional. O filme chega aos cinemas dia
23 de fevereiro, em todo o Brasil, distribuição do projeto Sessão Vitrine. MATO SECO EM CHAMAS desafia classificações e a linguagem cinematográfica,
combinando documentário com elementos do faroeste e ficção-científica. A fotografia, é
assinada pela diretora Joana Pimenta, que já havia trabalhado com Adirley
Queiróz em “Era uma vez Brasília”. Como é de costumes nos filmes de Adirley, a
ação do longa se passa na Ceilândia, periferia de sua cidade, e tem, ao
centro, as irmãs Chitara e Léa, líderes de uma gangue feminina, que rouba
óleo de um oleoduto, refina-o, e vende como combustível na favela Sol
Nascente. A história do grupo é relembrada por suas membras na prisão. “Acredito
que o Brasil esteja em busca de uma certa sensibilidade, já que sensibilidade
é definida por classe, território e pensamento. O cinema brasileiro tem a
necessidade de retratar a realidade, e se assume que a câmera estática não
permite esse tipo de sensibilidade, caindo então num formalismo. Para nós,
esse formalismo deu uma nova força para a realidade. Estabelecemos um código,
no qual a energia pertence aos personagens”, conta Adirley sobre
as escolhas estéticas da dupla em entrevista à Variety. Marcada pela trajetória das personagens, a
narrativa de MATO
SECO EM CHAMAS combina o documental com a ficção
no arco de transformação de suas protagonistas. “Procuramos mulheres que tinham uma história que trazem
uma melancolia, cujos rostos e corpos são marcados por essa história de
liberdade e aprisionamento. Uma geração inteira que foi encarcerada e tem o
sentimento de não saber se está no presente, passado ou futuro. Você vai para
a prisão e o que para você é um dia, para o resto do mundo são anos. É quase
coisa de ficção-científica. O tempo é relativo”, explica Joana. Definido pelo francês Le Monde como uma
combinação de Mad Max com o cinema de Pedro Costa, o jornal escreve: “Bem-vindo ao Brasil de Jair
Bolsonaro, onde dois cineastas – o brasileiro Adirley Queiros e a portuguesa
Joana Pimenta – unem forças para encenar uma docuficção que sonha com a
revolta. MATO
SECO EM CHAMAS,
filmado com não-profissionais desempenhando seu próprio papel mesmo na
fantasmagoria onde o projeto do filme os conduz. MATO SECO EM CHAMAS será lançado no Brasil pela Vitrine Filme e é uma
produção da brasileira Cinco da Norte em coprodução com a portuguesa
Terratreme. O filme teve sua estreia mundial no 72o Festival de Berlim, no
começo do ano passado, e depois fez carreira em diversos eventos
internacionais, recebendo críticas muito positivas e prêmios. No Cinéma du
Réel, um dos mais importantes para o gênero documental, foi vencedor da
Competição Internacional. Também foi duplamente premiado no IndieLisboa
International Independent Film Festival, na competição de longas com o Grande
Prémio de Longa Metragem Cidade de Lisboa, e, também, como melhor filme
português. Foi exibido no Toronto International Film Festival, e nos EUA
esteve no New York Film Festival, no AFI, bem como em Mar del Plata e
Valdivia, além do Brasil o filme tem distribuição em salas de cinema
confirmada nos Estados Unidos (Grasshopper Films), Portugal (Terratreme
Filmes), Reino Unido (Institute of Contemporary Art London). MATO SECO EM CHAMAS é um lançamento da Sessão Vitrine 2023, contemplada
pelo PROAC 34/2022, programa de fomento do Governo do Estado de São Paulo e
Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo. |
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Ficha Técnica DIREÇÃO: JOANA PIMENTA, ADIRLEY QUEIRÓS ELENCO: JOANA DARC FURTADO, LÉA ALVES DA SILVA, ANDREIA VIEIRA, DÉBORA ALENCAR, GLEIDE FIRMINO, MARA ALVES |
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