Depois de uma bem-sucedida carreira por
festivais internacionais, CARVÃO,
primeiro longa de Carolina Markowicz, chegou ao Brasil estreando no Festival
do Rio, do qual saiu com os troféus Redentor de Roteiro, Atriz Coadjuvante
(Aline Marta) e Direção de Arte (Marines Mencio). Agora, o filme será exibido
na 46a Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, e, na sequência, estreia
nos cinemas em circuito nacional. Markowicz, que vem de uma premiada carreira
como curtametragista, leva ao seu primeiro longa a mesma paixão que a moveu
em seus 6 curtas: contar uma história. “Decidi
dirigir para poder contar as histórias que queria. Nunca pensei: quero
dirigir então preciso achar uma história para isso. Faço cinema para contar
as histórias que eu gostaria de assistir e aprender, com personagens e
atmosferas que tenho curiosidade em entender” E, nesse sentido, o troféu de roteiro no
Festival do Rio foi a certeza de que está no caminho certo. “Esse prêmio é muito importante,
porque, para mim, a história, a narrativa, é sempre o que pauta as outras
decisões. Para mim, todas as escolhas estéticas e de linguagem devem estar em
função dela, e não o contrário. “ Em comum, ela aponta em seus curtas e no
longa uma visão sarcástica e o humor ácido, embora todas as obras sejam muito
distintas em suas estéticas e formato. A cineasta confessa que o sarcasmo é a
maneira que usa para fazer crítica e trazer à obra questões sérias. “Gosto de uma abordagem mais sutil,
não gosto de ser literal para abordar as questões, tento fazer com que as
críticas estejam inseridas na própria história, sem ser muito explicativo ou
didático” Em sua carreira, que começou em 2007, com o
curta “69 – Praça Luz”, a cineasta acumula mais de 70 prêmios no Brasil e no
exterior. “O órfão”, por exemplo, de 2018, ganhou em Cannes a Queer Palm para
curta – um prêmio atribuído ao melhor filme de temática LGBT do Festival. A primeira sessão mundial de CARVÃO
aconteceu no Festival Internacional de Toronto, em setembro passado. Um
evento que Markowicz conhece muito bem, pois nele já exibiu três curtas: “O
órfão”(2018), “Namoro à distância” (2017) e “Edifício Tatuapé Mahal” (2014).
Além disso, ela também participou do TIFF Filmmaker Lab, em 2015. A diretora define a transição de curtas
para longas como algo complexo e desafiador, mas também repleta de alegrias.
“Acho muito desafiador
fazer cinema. Escrever roteiro é um processo muito solitário. Os desafios de
fazer um curta e um longa são bem diferentes. Em 15-20 minutos há um ritmo de
narrativa que é diferente de um filme de 1h30 e 2h, que tem de se sustentar
por mais tempo. É um grau maior de complexidade, senti isso fazendo CARVÃO.” A equipe artística de CARVÃO
conta direção de fotografia de Pepe Mendes (“O Órfão”); direção de arte de
Marines Mencio (“Meu nome é Bagdá”) montagem do argentino Lautaro Colace
(“Esto no es un golpe”); figurino assinado por Gabi Pinesso (“O Órfão”); e a
trilha sonora é de Filipe Derado (“O Órfão”) e do argentino Alejandro
Kauderer (“Minha obra-prima”). CARVÃO é produzido pela Superfilmes, e coproduzido pela Biônica Filmes e pela argentina Ajimolido, o longa será lançado nos cinemas pela Pandora Filmes, e traz no elenco Maeve Jinkings, Romulo Braga, Camila Márdila, Aline Marta e o argentino César Bordón. Sinopse Numa pequena cidade do interior, uma
família recebe uma proposta rentosa, mas também perigosa: hospedar um
desconhecido em sua casa. Antes mesmo da chegada dele, no entanto, arranjos
precisarão ser feitos, e a vida em família começa a se transformar. Porém,
nenhum dos familiares, e muito menos o próprio hóspede, vê suas expectativas
cumpridas. “Carvão” é um retrato ácido de um Brasil
onde impera a naturalização do absurdo. |
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário