A nova edição da Sessão Vitrine começa no próximo dia
28, com COMO
MATAR A BESTA, coprodução entre Argentina, Brasil
e Chile, com direção da argentina Agustina San Martín, premiada em Cannes de
2019, com seu curta “Monstruoso Dios”. O filme foi exibido em diversos
festivais, entre eles Toronto e Festival do Rio, e estará nos cinemas com
sessões a preços populares. A roteirista e diretora argentina Agustina
San Martín conta que muito da inspiração para seu longa de estreia, COMO MATAR A BESTA,
vem de sonhos. “Sempre
tive sonhos memoráveis dos quais me lembro perfeitamente. E sempre deixo a
porta aberta para eles, pois me mostram as coisas”, disse em
entrevista ao site The Talks. COMO MATAR A BESTA tem como
protagonista Emilia (a estreante Tamara Rocca), uma jovem de 17 anos que
chega a uma cidade fortemente religiosa numa região fronteiriça em busca do
irmão desaparecido com quem tem questões pendentes. Hospedada na casa de uma
tia (Ana Brun), próxima a uma floresta onde, diz-se, uma fera apareceu
semanas antes. Esta é a materialização de um homem mau que toma forma de
diversos animais. O elenco ainda inclui a participação do ator João Miguel,
como um homem com quem a protagonista cruza na busca pelo irmão. Para San Martín, seu filme é uma combinação
de diversos elementos folclóricos e mitológicos da região norte da Argentina.
“Sempre gostei de
inventar mundos. Sempre achei a ficção mais empolgante do que a vida real,
por isso sempre gostei de filmes de terror.” O filme tem atraído
a atenção desde quando foi exibido em Toronto, em outubro passado, e
comparado à obra de David Lynch pelos seus aspectos fantásticos e surreais. A diretora se confessa uma cinéfila
assistindo a filmes de todas as partes do mundo, e com o interesse de
trabalhar em diversos países. “Eu
me recuso a ser uma única coisa. E, embora eu ame a Argentina e seu cinema,
eu tento fazer o exercício de me imaginar não-argentina. Fazer filmes apenas
em espanhol é uma limitação. Vejo filmes de diversos países, e eu amo o
cinema exatamente por isso. Posso simpatizar com histórias e pessoas de
outros lugares completamente diferentes de onde moro. Interessa-me muito
explorar essas possibilidades, que são marcadas não necessariamente por ser
argentina, mas por ser humana.” A Região das Missões, no sul do Brasil e
norte da Argentina, é um desses lugares inusitados que San Martín quis explorar.
Ela já havia rodado três curtas no mesmo cenário, que diz amar. “Ali há tantos descendentes de
tantos lugares, falando línguas, uma mistura de português com ucraniano e
espanhol. É um lugar muito especial, do qual sou muito próxima.” “Sempre
gostei de ser muito barroca com os elementos de um filme. Quanto mais,
melhor. Por isso, pensei na fotografia e no som muito peculiares para COMO MATAR A BESTA. Eu gostaria que isso pontuasse o
que há de fantástico no longa. Sempre houve a intensão de algo fantástico,
onírico de uma paisagem mística. Tentamos criar uma espécie de bruma
envolvendo o lugar o tempo todo.” A Sessão Vitrine 2022 foi contemplada pelo
PROAC Direto 38/2021, programa de fomento do Governo do Estado de São Paulo e
Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo. |
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