De 18 a 20 de novembro, a Praça da Catedral será reduto da
sétima arte com entrada franca
A cineasta e coordenadora da iniciativa, Patrícia Antunes, destaca que a intenção é aproximar o público de Janaúba e da região à produção do cinema nacional contemporâneo. “Queremos estimular a formação de plateia, promover o debate sobre cinema e ocasionar o resgate de importantes festivais realizados no Brasil, fazendo circular a linguagem cinematográfica no cotidiano das pessoas e das comunidades da região”, explica.
A coordenadora afirma que
a Mostra Gorutuba de Cinema deve entrar no calendário cultural
da região. “Estamos construindo um evento contínuo e a cada ano queremos trazer
um festival de cinema brasileiro como convidado especial, como nesta edição
inaugural, que vai contar com o Festival de Cinema do Paranoá, de Brasília. A
proposta é trazer coordenadores, cineastas e a grade de programação de grandes
festivais de cinema que acontecem no Brasil para aproximar o público da cidade
e região da cultura universal”, conta.
Patrícia Antunes salienta que o Festival de Cinema do
Paranoá foi idealizado e realizado por cineastas que pensam a cultura e o
cinema com um olhar da periferia urbana e do interior do Brasil. “O objetivo
deles está alinhado com o nosso, que é descentralizar a produção e a circulação
do cinema brasileiro de curtas-metragens. A relevância do festival na capital
federal pode ser comprovada com números, já que nas suas três primeiras
edições, recebeu mais de 1000 inscrições e distribuiu quase trinta mil reais em
prêmios para realizadores, diretores, produtores e cineastas de todo o Brasil”,
relata.
A identidade visual do festival foi criada pelo artista
plástico Menote Cordeiro, que é de Janaúba. “Além do talento inegável e da
marca que ficou maravilhosa, ter um artista da cidade conosco é, também, uma
forma de valorizar a região. A Mostra Gorutuba de Cinema nasceu
de um processo de reflexão sobre a realidade da região do Vale do Gorutuba,
localizada no extremo da Região Norte do estado de Minas Gerais e recebeu este
nome devido ao rio que corta a região homônima e é composta pelas cidades de
Janaúba, Nova Porteirinha e Riacho dos Machados, sendo, Janaúba a maior cidade
e o local escolhido para a realização da nossa mostra”, revela.
Dia da Consciência Negra
No último dia do festival, 20 de novembro, é celebrado o Dia
Nacional da Consciência Negra. Patrícia Antunes destaca que o evento é uma
oportunidade de valorizar as riquezas culturais da região e proporcionar o
acesso da população à sétima arte. “O Gorutubano, como comumente se costuma
chamar a população endêmica da região, tem sua origem cultural com grande
influência das comunidades remanescentes de quilombos existentes no vale
do Rio Gorutuba, desde o século XVIII. Este território possui uma cultura
popular extremamente rica e diversa, alimentando manifestações históricas que
são aplaudidas por quem as conhece e profundamente estudada por pesquisadores
de todo o mundo”, salienta.
Para a cineasta, os baixos investimentos fizeram com que a herança cultural e histórica da região não se consolidasse no cenário mineiro e nacional das artes, sobretudo no cinema. “Não há eventos esporádicos e espaços fixos. Em Janaúba, por exemplo, não existe uma sala de cinema há aproximadamente 30 anos e nenhum festival de cinema se instalou por lá nos últimos anos. Vamos fazer uma roda de conversa que contará com quilombolas, representantes do poder público e cineastas. O objetivo é resgatar a história e ressaltar a importância do cinema”, complementa.
O bate papo, cujo tema é A história dos quilombolas e a
importância do cinema na formação da sociedade, acontece a partir das 16h
na Praça da Catedral. Cineastas, quilombolas e agente públicos participarão da
roda de conversa.
A Mostra Gorutuba de Cinema é uma realização da Arte em Movimento com recursos da Lei Aldir Blanc, através do Ministério do Turismo e Governo de Minas Gerais.
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