O longa chileno ARANHA,
coproduzido com Brasil e Argentina, estreia nos cinemas brasileiros nesta
quinta-feira, dia 23 de setembro, nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Aracaju,
Brasília, Porto Alegre, Belo Horizonte, Curitiba, Recife e Niterói. Conhecido pelo seu cinema altamente
político, o chileno Andrés Wood (“Machuca”, “Violeta foi para o céu”) volta
sua câmera, em ARANHA,
a um momento marcante da história do Chile, o começo da década de 1970,
quando houve o golpe que tirou a esquerda do poder. Representante do Chile no Oscar de 2020 e
indicado ao Goya como Melhor Filme Ibero-americano, o longa tem ao centro um
grupo real de extrema-direita que existiu no país, entre 1970 e 1973, chamado
Patria y Liberdad, responsável por diversos atos terroristas, e que se tornou
um dos principais apoiadores do Golpe de Estado de Augusto Pinochet. Nesse
sentido, o diretor ressalta a atualidade do tema de seu longa, cujo roteiro é
assinado por ele e Guillermo Calderón. “Começamos
a escrever antes de Bolsonaro, antes de Trump, então, de alguma forma, esse
nacionalismo, que estava sendo respirado, se desenvolveu. Eu acho que o filme
também apela para aquela raiz ou fibra nacionalista, que todos nós temos em
algum lugar, e que, finalmente, quando você dá espaço, esses argumentos, às
vezes, não parecem tão loucos, tão irracionais”, diz o diretor em
entrevista ao jornal chileno El Dínamo. Ao centro de ARANHA estão
três personagens em dois momentos de suas vidas: Inés (interpretada por
Valverde e Moran), Gerardo (Fontaine e Alonso) e Justo (Gabriel Urzúa e
Felipe Armas) que, na juventude, pertenceram ao Patria y Liberdad. No meio do
conflito com a esquerda, nos anos do governo de Salvador Allende, o trio
acaba se envolvendo amorosamente, enquanto participa da luta armada contra o
presidente marxista. No entanto, um crime político cometido pelo grupo muda o
destino do Chile e acaba separando o trio. Quatro décadas mais tarde, quando ele
reaparece, Inés e Justo, agora casados, vivem uma vida burguesa repleta de
luxo e dinheiro. Mas Gerardo ainda é obcecado pelas causas do passado e quer,
não apenas vingança, mas também trazer o ultranacionalismo novamente à tona.
Mas quando ele é preso, em sua casa, com um grande arsenal de armas e
munição, Inés, agora uma poderosa empresária, fará de tudo para que o passado
não destrua sua vida e sua família. “Seria
difícil para qualquer cineasta chileno fazer filme depois dos anos 70 sem
tocar nos anos da ditadura no Chile e como ela continua a reverberar nos dias
de hoje. O que foi plantando naquele período continua explicando muito do que
é o país agora”, disse Woods em entrevista à Variety. O filme, cujo título faz uma alusão ao
símbolo do Patria y Liberdad, conta ainda, entre seus talentos, com o
brasileiro Antonio Pinto (“Central do Brasil”) na trilha sonora e o chileno
M.I. Littin-Menz (“Violeta foi para o céu”) na fotografia. Exibido em diversos festivais, o longa
colheu críticas positivas por onde passou. “Como um thriller, o filme tem um
ritmo ótimo, com a música de Antonio Pinto num papel central”, definiu a
Hollywood Reporter. “Wood vê em seus personagens uma maneira de diagnosticar
a podridão moral do presente”, escreveu o espanhol El País. Já o argentino
Clarín apontou que “a chave para o trabalho de Wood é, novamente, a sociedade
chilena em seu classicismo, uma obsessão que se tornou cada vez mais completa
e atrativa na obra do cineasta.” ARANHA
entrou na lista do jornal O Globo, como um dos 15
filmes imperdíveis da Mostra Internacional em São Paulo de 2020. O filme traz em seu elenco Mercedes Moran
(“O Pântano), María Valverde, Marcelo Alonzo (“O Clube”), Pedro Fontaine
(“Tenho medo toureiro”), e Caio Blat. A produção brasileira é assinada por
Paula Cosenza (“Casa de Antiguidades”) e Denise Gomes (“Ausência”). Lançamento no Brasil pela Pandora FIlmes. |
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Ficha Técnica Direção: Andrés Wood Roteiro: Andrés Wood & Guillermo Calderón Produção: Guillermo Calderón, Nathalia Videla, Juan Pablo
Gugliotta, Paula Cosenza, Denise Gomes Elenco: Mercedes Moran, María Valverde, Marcelo Alonzo, Pedro
Fontaine, Caio Blat, Gabriel Urzúa e Felipe Armas Direção de Fotografia: M. I. Littin-Menz Direção de Arte: Rodrigo Bazaes Trilha Sonora: Antonio Pinto Montagem: Andrea Chignoli Gênero: drama, suspense País:
Chile, Brasil, Argentina Ano:
2019 Duração: 105 min. Sobre a Pandora Filmes A Pandora é uma distribuidora de filmes
independentes que há 30 anos busca ampliar os horizontes da distribuição de
filmes no Brasil revelando nomes outrora desconhecidos no país, como
Krzysztof Kieślowski, Theo Angelopoulos e Wong Kar-Wai, e relançando
clássicos memoráveis em cópias restauradas, de diretores como Federico
Fellini, Ingmar Bergman e Billy Wilder. Sempre acompanhando as novas
tendências do cinema mundial, os lançamentos recentes incluem “O
Apartamento”, de Asghar Farhadi, vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro;
e os vencedores da Palma de Ouro de Cannes: “The Square – A Arte da
Discórdia”, de Ruben Östlund e “Parasita”, de Bong Joon Ho. Paralelamente aos filmes internacionais, a
Pandora atua com o cinema brasileiro, lançando obras de diretores renomados e
também de novos talentos, como Ruy Guerra, Edgard Navarro, Sérgio Bianchi,
Beto Brant, Fernando Meirelles, Gustavo Galvão, Armando Praça, Helena Ignez,
Tata Amaral, Anna Muylaert, Petra Costa, Pedro Serrano e Gabriela Amaral
Almeida. |
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