Daniel Bydlowski
Dois anos depois de A Maldição da Residência Hill,
ou séculos para aqueles que aguardaram ansiosamente por uma adaptação tão legal
quanto, a Netflix volta a entregar o melhor com A Maldição da Mansão Bly.
A
segunda minissérie da antologia criada por Mike Flanagan, que em 2019 assinou a
continuação do maior clássico da história do terror O Iluminado (1980) do gênio Stanley Kubrick, Doutor Sono, também traz
mensagens sombrias e profundas em sua narrativa. Diferente de A Maldição da Residência Hill,
em que foi responsável por toda a direção, em Mansão Bly, Fanagan dirige apenas
o primeiro episódio da série de nove. Os outros levam nomes como Ciarán
Foy, Liam Gavin, Yolanda Ramke, Ben Howling, Axelle Corolyn e E.L. Katz.
Inspirada
na obra A Outra Volta do
Parafuso, de James Henry, a nova temporada apresenta a trajetória
de Dani Clayton (interpretada por Victoria Pedretti, que foi Eleanor Crain em
Residência Hill) – sim você reconhecerá muitos rostos familiares, uma jovem
contratada por Henry Wingrave (Henry Thomas) para ser babá de seus sobrinhos
órfãos, a doce Flora (Amelie Bea Smith) e o sinistro Miles (Benjamin Evan
Ainsworth). A história acontece no interior de Londres, em 1987.
Muito
menos aterrorizante do que Residência Hill, a Mansão Bly também apresenta os
famosos jumpscares,
contudo o grande foco certamente está na densidade dos personagens, o que
transforma a série em um romance gótico. Já o terror está na incrível
capacidade de Fanagan em mexer com o psicológico dos espectadores.
Se
na primeira parte da antologia os verdadeiros fantasmas estavam na complexidade
de aceitação de cada um dos personagens, desta vez a Netflix acertou no
perfeito timing das mensagens que Mansão Bly têm a passar. Aqueles que
identificarem quais os demônios a serem enfrentados nessa temporada, certamente
tirarão um tempo para refletir.
Sobre o cineasta: O cineasta brasileiro Daniel Bydlowski
é membro do Directors Guild of America e artista de realidade virtual. Faz
parte do júri de festivais internacionais de cinema e pesquisa temas
relacionados às novas tecnologias de mídia, como a realidade virtual e o future
do cinema. Daniel também tenta conscientizar as pessoas com questões sociais
ligadas à saúde, educação e bullying nas escolas. É mestre pela University of
Southern California (USC), considerada a melhor faculdade de cinema dos Estados
Unidos. Atualmente, cursa doutorado na University of California, em Santa
Barbara, nos Estados Unidos. Recentemente, seu filme Bullies foi premiado em
NewPort Beach como melhor curta infantil, no Comic-Con recebeu 2 prêmios:
melhor filme fantasia e prêmio especial do júri. O Ticket for Success, também
do cineasta, foi selecionado no Animamundi e ganhou de melhor curta
internacional pelo Moondance International Film Festival.
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