O filme acompanha, escuta e revela quem são algumas das
mulheres pretas na política do Brasil, que emergiram após o brutal
assassinato de Marielle Franco. Em um país com a menor representação
parlamentar feminina na América do Sul e com menos de 10% de cadeiras,
existentes na câmara dos deputados, ocupadas por mulheres - responder
politicamente ao assassinato de Marielle Franco significou candidatar-se a
cargos de deputadas federal e estadual nas eleições de 2018, disputar o
espaço da política institucional do qual Marielle foi brutalmente
arrancada. No Rio de Janeiro em 14/03/2018, a vereadora Marielle
Franco é brutalmente executada. Tristeza e indignação inundam os dias
posteriores ao assassinato. Milhões de brasileiros saem às ruas, em todo país
e no resto do mundo, para cobrar justiça e uma resposta que até hoje não
temos: quem mandou matar Marielle Franco? A tentativa de silenciamento da vereadora
se transformou em força e luta. Marielle era semente. Seus assassinos não
imaginavam que seu legado se multiplicaria em novas forças políticas
femininas, em sua maioria de mulheres pretas e periféricas como ela, que
vieram em forma de organização política e anunciaram suas candidaturas aos
cargos de deputada federal e estadual nas eleições de 2018. Houve um aumento
de 93% em candidaturas autodeclaradas pretas em 2018. “SEMENTES:
MULHERES PRETAS NO PODER” foi rodado no Rio de
Janeiro, durante o primeiro turno das eleições de 2018 no Brasil,
acompanhando seis candidatas: Mônica Francisco, Renata Souza,
Talíria Petrone, Rose Cipriano, Tainá de Paula e Jaqueline Gomes e mostra
como é o processo de construção dessas mulheres como figuras políticas, como
driblam as dificuldades financeiras e trazem de volta às urnas eleitores
desacreditados que desistiram do voto. O longa foi feito com baixo orçamento, e
sempre teve uma equipe majoritariamente feminina e com paridade entre
mulheres brancas e pretas. Sua equipe técnica é formada por mulheres pretas
na direção, roteiro, direção de fotografia e trilha sonora, o que garantiu a
elas estar em posições de chefia e, mais que nada, que o olhar do filme fosse
pelas perspectivas diversas dessas mulheres pretas, assim como as
retratadas em frente às câmeras. “SEMENTES: MULHERES PRETAS NO
PODER” é o primeiro longa da co-diretora Éthel
Oliveira, da fotógrafa Marina Alves e da roteirista Lumena Aleluia. Uma
escolha da produtora executiva e co-diretora Júlia Mariano, que coloca em
perspectiva o próprio cinema brasileiro e toda a produção de memória e
história que vem com ele. Um cinema fundado no fazer de pessoas brancas,
que desconsidera outras perspectivas e olhares de mundo. Esse mono-olhar
branco, que constrói nosso imaginário coletivo, é redutor e empobrecedor. Mas
para além disso, é também constitutivo do racismo estrutural brasileiro. É só
se perguntar como o corpo feminino negro é trabalhado no cinema nacional -
para se ter o tamanho do problema. “SEMENTES:
MULHERES PRETAS NO PODER” nasce do desejo de contar como
a barbárie da morte de Marielle Franco se transformou no maior levante
político conduzido por mulheres negras que esse país já viu e nasce também,
com o objetivo de quebrar, de certa forma, essa cultura no audiovisual, e
mostrar uma história sobre lideranças negras, contadas por profissionais
negras. |
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