Primeiro longa-metragem
dirigido por Alvaro Furloni, “Homem Livre” tem data confirmada de estreia dia
21 de fevereiro. O longa conta a história de Hélio (Armando Babaioff), um
ex-ídolo do rock que, após passar anos na cadeia por um crime que chocou o
país, encontra abrigo em uma pequena igreja evangélica. Ele só quer ser
esquecido, mas seu passado volta para assombrá-lo.
Cerca de 80% do filme é ambientado
em um único local, uma igreja suburbana onde Hélio se refugia. Vemos o mundo
pelo prisma do personagem, e a inquietação que ele sente é transmitida através
da linguagem visual do filme. A câmera subjetiva nos coloca em sua perspectiva
distorcida e evoca sua inquietação doentia.
“Eu sempre quis que o
filme passasse uma sensação claustrofóbica, para mostrar como o seu
protagonista continuava preso mesmo após sair da cadeia. O grande desafio para
deixar o filme visualmente atrativo foi criar vários moods para a locação
principal, de forma que ela nunca fosse filmada exatamente da mesma
maneira. Ao longo do filme, há um reposicionamento constante das fontes de
luz e do mobiliário no quarto do protagonista. Assim, embora o personagem
permaneça confinado em um único lugar durante a maior parte do tempo, o público
não fica com a sensação de que está vendo a mesma coisa repetidas vezes”, explica Álvaro.
Como um thriller
psicológico, “Homem Livre” assume a perspectiva do seu protagonista do início ao
fim, criando uma tensão e uma paranoia crescentes, até o espectador não
conseguir diferenciar o que é realidade do que é imaginação. O diretor,
assumidamente fã do gênero, tem como referência filmes da trilogia do
apartamento de Roman Polanski “Repulsa ao Sexo” (1965), “O Bebê de Rosemary”
(1968) e “O Inquilino” (1976), além de “O Homem Duplicado” de Denis Villeneuve
e, principalmente, “Cisne Negro”, de Darren Aronofsky para criar a atmosfera do
filme.
Outro elemento
importante em “Homem Livre” é a comunidade evangélica onde o protagonista vive.
“Igrejas evangélicas, de uma forma geral, são espaços que lidam o tempo todo
com culpa e perdão, os principais temas do filme. Não por acaso, a conversão
religiosa é um caminho bastante recorrente para ex-detentos famosos, que buscam
nas igrejas um abrigo que não encontram em qualquer outro lugar. Porém, é comum
que essas conversões sejam vistas com uma dose de ceticismo pela sociedade,
como se o ex-presidiário e a igreja estivessem escondendo as suas reais motivações”,
explica o Álvaro que antes do filme, não tinha tido nenhuma experiência
relevante com a comunidade evangélica. “Acabei aprendendo muito durante a
preparação para o filme. Para quem não conhece, como era o meu caso, é comum
enxergar os chamados “crentes” como uma única categoria, atribuindo a todos uma
série de características negativas. Mas a verdade é que existem inúmeras
vertentes evangélicas e a igreja retratada no filme é um bom exemplo”, ele
complementa.
Além de Armando Babaioff
(“Prova de Coragem”) como Hélio, o elenco traz Flávio Bauraqui (“Nise: O
Coração da Loucura”), Rosane Mulholland (“Tudo Acaba em Festa”),
Márcio Vito (“Pendular”), Giancarlo Di Tomasso (“Gonzaga - de Pai para Filho”),
entre outros.
“Homem Livre” fez sua
première no 6º Olhar de Cinema - Festival Int'l de Curitiba, foi premiado no
10º Festival de Cinema de Triunfo (Melhor Ator para Armando Babaioff e Melhor
Montagem) e estreia comercialmente dia 21 de fevereiro em todo o Brasil pela
Olhar Distribuição.
Ficha técnica:
Homem Livre
2017 | Brasil | ficção
| 84 min.
Direção: Alvaro Furloni,
roteiro: Pedro Perazzo, elenco: Armando Babaioff, Flávio Bauraqui, Thuany
Andrade, Rosane Mulholland, Marcio Vito, Giancarlo Di Tomasso, Lucas Gouvea,
produtora: Segunda-Feira Filmes, Co-produtora: Vatapá Produções, distribuidora:
Olhar Distribuição
Sinopse
Após anos na cadeia por
um crime que chocou o país, um ex-ídolo do rock encontra abrigo em uma pequena
igreja evangélica. Ele só quer ser esquecido, mas seu passado volta para assombrá-lo.
Sobre o diretor
Alvaro Furloni é um
cineasta brasileiro formado em cinema pela Universidade Federal Fluminense. Tem
no currículo 6 curtas: “Quem vai chorar quando eu morrer?” (2005), “Frio”
(2006, indicado para o 26o Student Academy Awards), “Holanda” (2007),
“Esconde-Esconde” (2007, premiado no 40o Festival de Brasília), "Tem
Alguém Feliz em Algum Lugar" (2015) e “O Homem na Caixa” (2018, eleito
Melhor Curta-metragem Nacional pelo Júri Popular no 26o Anima Mundi). Ele criou
a série de TV “Contatos”, atualmente em desenvolvimento.
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