Reaprendendo a viver


Uma mesa, uma cadeira e uma imensa folha de papel em branco. É neste cenário que um homem precisa reaprender a olhar, sentir e viver, na peça O Livro, dirigida por Christiane Jatahy a partir da obra de Newton Moreno. O homem que tem que reaprender a viver, depois de receber a notícia que ficará cego, é vivido pelo ator Du Moscovis, pela primeira vez enfrentando o desafio de fazer um monólogo.
Esta é a quarta produção assinada por Moscovis, que há cerca de cinco anos decidiu não renovar o contrato com a Rede Globo para ter mais maleabilidade de apostar em outras experiências, seja no teatro ou cinema. A escolha por um monólogo, diz ele, tem ligação com esta disposição de fazer algo diferente. “Optei por ter mais tempo para mim justamente para isso, experimentar. E a possibilidade de fazer monólogo cabia dentro dessa vontade”, pondera. Considerou que o “encontro da poesia do Newton com o lado contemporâneo da Cristiane” lhe daria isso.
Moscovis gosta do jeito que Newton escreve. “Ele propõe um jogo de palavras muito lírico em torno de uma pessoa que recebe a notícia que vai cegar através de um livro. Existe um paradoxo aí nesta história, da perda da visão através da leitura. É uma investigação de como se faz uma releitura dos nossos sentidos, dos nossos sentimentos, das nossas sensações e da nossa personalidade como um todo”, avalia. “Isso me bateu muito de frente e foi por isso que me propus a fazer esse trabalho, num momento em que estou me relendo também como ator, artista e como pessoa. Achei que a peça fala sobre isso”, completa ele, que vai estrelar três filmes com previsão de estreia ainda este a no, Amor, 180 Graus e Corações Sujos.
Satisfeito com o resultado da peça diz que Curitiba verá praticamente uma reestreia, já que O Livro estreou em setembro, em uma curta temporada, e volta à cena apenas agora. “Todas as apresentações dessa temporada de estreia foram muito intensas, com retorno muito bacana do público”, conta. “Curitiba vai ser muito especial porque é um Festival que provoca uma troca muito legal, tem uma galera interessante e interessada tanto na produção quanto ao redor. Vai ser uma delícia”, aposta.
DRAMA RIO DE JANEIRO-RJ CIETEP - Horácio Coimbra
Dias 30 e 31/03 às 21h Ingressos: R$25 e R$50
A peça de Newton Moreno, com a atuação de Eduardo Moscovis, é um texto sobre a luz e a escuridão; sobre ler e cegar. Um homem recebe a notícia que não irá mais enxergar. E cegar é o processo que o público irá presenciar. Na encenação de Christiane Jatahy, o homem e o ator caminham juntos nesse percurso transformador da luz para a escuridão e da escuridão para a luz. Enquanto o homem cega, o ator cria. O personagem lê o livro que o cega. O homem é atingido. O papel é rasgado, amassado e transformado em imagem e som. Agora, ele e a platéia só podem imaginar o que seria ou o que é.
Direção: Christiane Jatahy Autor: Newton Moreno Atuação: Eduardo Moscovis Cenário: Christiane Jatahy Iluminação: Paulo César Medeiros Orientação Corporal: Dani Lima Assistente de Direção: Stella Rabello Cenotécnico: André Salles Montagem: Wellison Rodrigues Fotos e Produção Executiva: Paula Kossatz Produção: Valeria Keller Assistente de Produção: Alexandre Rudáh Realização: Eduardo Moscovis Classificação: 12 anos Duração: 45 minutos

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