A apresentação do projeto de lei (PL 5081/2025) propõe inscrever o nome de Honestino no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, no Panteão da Pátria e da Liberdade, em Brasília.
Honestino Guimarães
A trajetória de Honestino Guimarães, líder estudantil desaparecido durante a ditadura militar, volta ao centro das atenções do país com duas homenagens de grande relevância: o lançamento do filme HONESTINO, dirigido pelo manauara Aurélio Michiles, que estreia nos cinemas em maio de 2026 e a apresentação do projeto de lei (PL 5081/2025), de autoria do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que propõe inscrever seu nome no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, no Panteão da Pátria e da Liberdade, em Brasília
O documentário, recém-selecionado para a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo após ganhar o Prêmio de Melhor Montagem (André Finotti) no Festival do Rio, resgata a história do ex-presidente da UNE, preso e desaparecido em 1973 aos 26 anos, e um dos maiores símbolos da resistência estudantil contra o regime militar.
Sua trajetória é reconstituída no filme (híbrido de documentário e ficção), a partir de cenas interpretadas por Bruno Gagliasso e de depoimentos de familiares, amigos, políticos e militantes, como Almino Afonso, Jorge Bodanzky, Franklin Martins e Betty Almeida, biógrafa do líder estudantil. Essa pluralidade de vozes ajuda a revelar a dimensão humana e política de um jovem que construiu uma rede que segue inspirando gerações.
Com direção de Aurélio Michiles e produção de Nilson Rodrigues, o longa tem trilha sonora original de Flavia Tygel, música tema interpretada por Fafá de Belém e distribuição da Pandora Filmes.
A motivação pessoal do diretor também atravessa a obra. Amigo de Honestino na juventude, Michiles acompanha desde o ano de 1968 a memória do líder. Décadas depois, um vídeo do neto de Honestino, Lucas, durante a reinauguração da ponte que leva o nome do avô, foi o impulso final para que o projeto fosse realizado. “Nosso propósito é não deixar o personagem congelado numa fotografia antiga, mas torná-lo tangível, vivo. O ontem é hoje e o hoje pode ser o futuro”, define Michiles.
A filha de Honestino, Juliana Guimarães, entrevistada durante as filmagens, destaca a força emocional da obra: “Além da importância dessa história ser contada pra todo mundo, esse filme é um verdadeiro presente pra mim, porque me ajuda a recompor quem eu sou. Essa história me atravessa a vida”.
Enquanto o cinema homenageia Honestino com um olhar sensível e humano, o Senado avança no reconhecimento oficial de sua contribuição à democracia. O projeto de lei apresentado por Randolfe Rodrigues foi celebrado pela União Nacional dos Estudantes (UNE), entidade que Honestino presidiu em 1971.
Para Bianca Borges, presidenta da UNE, a iniciativa representa um acerto de contas com a história e uma homenagem a toda a geração de jovens que ousou sonhar com um país livre. “Honestino é um dos maiores símbolos da luta estudantil brasileira. Seu desaparecimento durante a ditadura é uma ferida que o Brasil ainda precisa cicatrizar - e reconhecê-lo como Herói da Pátria é um passo fundamental nesse processo. Ele representa a coragem da juventude que enfrentou a repressão e manteve viva a esperança de um Brasil democrático”, declarou Bianca.
Sinopse:
Fusão de documentário e ficção, o filme conta a história de Honestino Guimarães, líder estudantil da geração 68, presidente da UNE e aluno da UnB. Preso cinco vezes por sua militância, Honestino foi sequestrado em 1973, aos 26 anos, e é um dos centenas de desaparecidos da ditadura militar. Baseado em cartas, poemas e imagens de arquivo, dezenas de depoimentos de familiares, amigos e militantes e cenas interpretadas por Bruno Gagliasso.
Ficha Técnica
HONESTINO - Brasil, 2025
Direção: Aurélio Michiles
Roteiro: Aurélio Michiles e André Finotti
Produção: Nilson Rodrigues
Produção Executiva: Caetano Curi
Elenco: Bruno Gagliasso
Direção de Fotografia: André Lorenz Michiles, ABC
Direção de Arte: Kita Flórido
Figurino: Isabel Lorenz Michiles
Montagem: André Finotti
Supervisão de Edição de Som: Miriam Biderman, ABC
Desenho de Som e Mixagem: Ricardo Reis, ABC
Trilha Sonora Original: Flavia Tygel
Música Tema (intérprete): Fafá de Belém
Pesquisa de Arquivo: Aurélio Michiles, Mariana Couto, Patricia Freyer, Tereza Eleutério
Produção: Mercado Filmes
Distribuição: Pandora Filmes

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